Se confirmados os indícios, o suspeito pode responder pelo crime de feminicídio. Defesa do cantor não foi localizada.
Um cantor de 27 anos foi preso na noite de sexta-feira (18) suspeito de matar a namorada, de 24, e simular o suicídio dela em Ariquemes (RO), no Vale do Jamari. A jovem Tatila Portugal morreu no dia 6 de setembro, no apartamento do casal.
No boletim de ocorrência, inicialmente classificado como suicídio, consta que o suspeito disse aos policiais que chegou com a vítima de um sítio após terem consumido bebida alcoólica e uma discussão foi iniciada.
Ele relatou que, “para a situação não piorar” saiu do apartamento “para dar uma volta” e quando retornou, encontrou a namorada morta por enforcamento. Segundo o boletim, o cantor relatou que pediu ajuda a um vizinho e levaram a jovem até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde a morte dela foi confirmada.
Conforme a Polícia Civil, restaram dúvidas e contradições sobre o fato, por isso foi instaurado um inquérito para o aprofundar as investigações.
O laudo tanatoscópico produzido pelo Instituto Médico Legal (IML) apontou que as lesões no corpo da jovem não eram compatíveis com a corda usada no suposto suicídio.
Com os indícios de que a causa da morte de Tatila não foi suicídio, o delegado representou pela prisão do namorado dela e teve o pedido concedido pela Justiça. Se confirmados os indícios, o suspeito pode responder pelo crime de feminicídio, com pena de 12 a 30 anos de reclusão.
O mandando de prisão foi cumprido quando o suspeito chegava em casa e a ação foi denominada Operação Loki, referência ao “pai da mentira”, na mitologia nórdica. A prisão é temporária e tem prazo inicial de 30 dias, podendo ser prorrogada.
No dia 12 de setembro, amigos e parentes de Tatila fizeram um ato pedindo celeridade à polícia nas investigações do caso. Eles seguravam faixas com as mensagens “Justiça por Tatila” e “Não foi suicídio”. O ato aconteceu em avenidas da região central de Ariquemes.