Agentes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), com o apoio da Polícia Civil, cumpriram mandados de busca e apreensão no gabinete de um deputado na Assembleia Legislativa de Rondônia (ALE-RO) nesta quinta-feira (10), em Porto Velho.
Segundo investigação da Operação Iniquitate, servidores públicos que trabalham para o deputado Marcelo Cruz são suspeitos de enriquecimento ilícito.
“Os ilícitos se perpetraram através das cobranças indevidas de valores a ambulantes para que pudessem trabalhar no evento denominado Dia do Evangélico realizado em 18 de junho de 2019 e eventos comemorativos e religiosos ocorridos em anos anteriores, ou seja, exigência de vantagem indevida para uso de espaço público”, diz o Gaeco.
De acordo com o Ministério Público de Rondônia (MP-RO), a investigação do caso iniciou a partir de denúncia dos próprios trabalhadores autônomos que atuaram no Dia do Evangélico.
Os vendedores relataram várias extorsões por meio de pagamento de valores em dinheiro por pessoas ligadas ao parlamentar estadual.
O GAECO investiga ainda uma associação beneficente integrada por servidores e pessoas ligadas ao deputado. Esse parlamentar destina as emendas parlamentares para execução dos projetos sociais a essa entidade.
“Há indícios da prática dos crimes de concussão, corrupção passiva, falsidade ideológica, lavagem de capitais e associação criminosa”, afirma o MP.
O G1 tenta contato com o deputado Marcelo Cruz e com sua assessoria, mas não teve retorno até a publicação da reportagem.
Operação Iniquitate
O nome Iniquitate, de origem do latim, indica a ação ou o que se mostra contrária a moral, à religião e à lei.
Segundo o MP, a atuação dos investigados, ao não cumprirem a lei e aproveitando-se da realização de um evento ligado a comemoração de uma data religiosa, agiam sob o manto da aparência da retidão dos valores cristãos, implementando, na verdade, condutas espúrias e ilegais.