O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou três ações na Justiça Federal para obrigar o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) a cumprir uma série de compromissos assumidos em 2013 para reduzir o desmatamento na Amazônia.
Na época, o instituto se comprometeu a executar algumas ações em troca da extinção de sete ações já existentes que buscavam a condenação do Incra por dano ambiental. Entretanto, segundo o MPF, a maior parte não foi cumprida.
Dentre os compromissos assumidos estavam o licenciamento ambiental para todos os assentamentos, inscrição no Cadastro Ambiental Rural (CAR), no Programa de Regularização Ambiental (PRA) e a criação de uma equipe especial de fiscalização para o desmatamento em assentamentos da região.
Para tentar obrigar a autarquia a executar as ações acertadas em 2013, o MPF entrou nesta semana com ações no estados de Rondônia, Amazonas e Pará.
As procuradorias pedem à Justiça que o Incra tenha até um ano para promover o licenciamento dos assentamentos e as inscrições no CAR e PRA. Já para a constituição de equipes de fiscalização, o MPF propôs nas ações um prazo de 90 dias.
Em caso de descumprimento, o MPF quer que o presidente do Incra e os superintendentes nesses estados sejam multados.
“Ante a desídia [negligência] do Incra, ao longo de sete anos, no cumprimento de obrigações voluntariamente assumidas, mostra-se cabível que a multa a ser fixada seja estendida não só ao ente público requerido como também às pessoas dos gestores públicos responsáveis pelo cumprimento da ordem judicial”, diz o pedido.
O G1 entrou em contato com o Incra, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Conforme o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), o desmatamento em assentamentos na Amazônia representou quase 25% do total de áreas afetadas.
Na última semana, a Nasa, a agência espacial americana, criou um novo sistema para monitorar os incêndios na Amazônia e constatou que a maioria das queimadas tem origem no desmatamento.
Os cientistas da Nasa recebem imagens da Amazônia em alta resolução enviadas por dois satélites em tempo real.
Para determinar a causa dos incêndios, os cientistas cruzam dados sobre a duração, a intensidade, a área em chamas e a quantidade de focos em cada queimada.