Jaru Online
Jaru, 27 de outubro de 2024

E quando uma pessoa se identifica tanto como homem quanto como mulher?

Discutir questões de gênero é fundamental para a promoção de uma sociedade menos violenta e mais tolerante o que, convenhamos, seria o ideal para todos nós. Para promover a tolerância, nada melhor do que o conhecimento, e se hoje já entendemos as definições de gênero em alguns aspectos, principalmente no da transexualidade, nos falta esclarecimento em relação a outras formas de identidade.

Você já ouviu falar do gênero fluido? Para entender melhor do que se trata, compartilharemos a história da adolescente Rebekka Howie, de 17 anos. Ela afirma que às vezes se sente mulher, mas que, em outras, se sente homem.

Essa escocesa de Paisley tem chamado a atenção de todo o mundo desde que falou abertamente sobre sua identificação dentro do espectro de gênero fluido. A flutuação de identidade faz com que ela passe meses vivendo como menino e que, depois, viva como menina por um dia.

Mais respeito, por favor

Imagem: Daily Mail

O guarda-roupas é preparado para as mudanças, já que ela tem peças consideradas femininas e peças masculinas. “Eu apenas acordo e sei qual gênero quero ter. É um sentimento difícil de explicar”, disse ela em declaração publicada no Daily Mail.

Rebekka afirma que, de vez em quando, a ideia de usar uma saia é desagradável, mas que, em outros momentos, é justamente com essa peça de roupa com que ela se sente mais confortável. Quando usa vestido, salto alto e maquiagem, seus amigos acabam ficando surpresos, mas, de acordo com ela, todos são muito compreensíveis e a apoiam: “Eles sabem que lá no fundo eu sou a mesma pessoa”.

Em questões de identidade de gênero, Rebekka parece realmente não ter muitos problemas, mas quando revelou sua sexualidade, a coisa complicou. Quando os alunos do colégio onde estudava souberam que ela é lésbica, praticaram diversas formas de bullying, incluindo jogá-la dentro de uma lata de lixo e colocarem sua cabeça dentro de um vaso sanitário enquanto apertavam a descarga.

Traumas

Imagem: Daily Mail

As agressões provocadas pela lesbofobia fizeram com que Rebekka mudasse de colégio, e agora a situação é mais tranquila. “Não acho que ninguém deveria ser perseguido por causa de sua sexualidade”, disse ela, com razão.

A adolescente comemorou uma publicação recente, feita pela cantora Miley Cyrus, que postou uma imagem em seu Instagram, dando apoio ao gênero fluido. “É ótimo que alguém tão grande quanto Miley é esteja dando apoio. Foram necessários anos para que pessoas transgêneras começassem a ser aceitas na sociedade e eu acho que vai levar um tempo para que as pessoas entendam a fluidez de gênero”, declarou.

Desde cedo

Imagem: Daily Mail

No caso de Rebekka, a identificação com o gênero fluido ocorreu quando ela tinha apenas 13 anos de idade: “Eu não conseguia entender por que em alguns dias eu queria ser eu mesma e me vestir como uma garota, e em outros dias eu queria ser um garoto”.

Foi então que, ao falar com amigos da comunidade LGBTI, Rebekka descobriu que se identificava como gênero fluido. Depois de estudar a definição desse tipo de identidade, ela finalmente se encaixou. Felizmente, a família de Rebekka dá o apoio de que ela precisa para ser o que é: “contanto que ela esteja feliz, é só isso que importa”, disse a mãe da adolescente, Erica.

Depois de sofrer com a lesbofobia, a jovem encontrou na internet uma oportunidade de falar mais a respeito de suas características e, assim, propagar o fim da intolerância e da violência. “Eu não quero que ninguém tenha que passar pelo que eu passei. Eu quero que as pessoas saibam que é ok ser gay, trans, ou gênero fluido, contanto que você seja feliz”, disse ela.


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