Projeto do Governo do Estado para implantação do Ensino Médio com Mediação Tecnológica (EMMTEC), principalmente para a população estudantil rural, recebeu voto contrário do deputado estadual Lazinho da Fetagro (PT), durante processo de votação em Sessão Ordinária da Assembleia Legislativa, na última terça-feira (28). O Projeto foi aprovado por 18 votos favoráveis, obtendo 5 contra.
O deputado Lazinho da Fetagro lamenta a aprovação do projeto por considerar o real cenário de divergência sobre o tema entre parcela da população e governo, muito explicitada no último dia 23, em audiência pública, naquela Casa e Leis, ocasião em que debateu a proposta com a participação da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), movimentos sociais do campo, pais e alunos.
Movimentos sociais e considerável parcela de pais e alunos são contrários ao EMMTEC, caracterizado como ensino à distância, por terem a compreensão que a proposta não atende as reais necessidades da classe estudantil rural, apresentando deficiências e incoerências para que se tenha uma educação de qualidade e que atenda aos princípios da educação do campo. Argumentam que esta metodologia não contempla as especificidades do campo; exclui a relação entre educador e educando e do debate de sala de aula, que muito contribui no processo de ensino e aprendizagem.
O deputado Lazinho comunga da posição contrária, sob o entendimento de que essa medida precariza a já empobrecida educação oferecida aos estudantes rurais; cria uma barreira ainda maior para oferecimento de uma educação de qualidade no campo. O deputado acredita que a educação a distância não é uma ferramenta adequada para implementação da educação do campo, que é fundamentada principalmente na relação educador, educando e comunidade. Para ele, esse método padronizado de ensino continuará mantendo a educação oferecida desvinculada da realidade social do campo; e teme que o modelo de educação proposto contribua ainda mais para o êxodo rural.
Lazinho tem defendido que é preciso pensar um processo de formação e qualificação de professores, construir um currículo da educação do campo, projetar escolas com infraestrutura, logística e contratar educadores para as áreas atendidas; o que, conclui o deputado, estaria mais coerente com a implantação de uma educação de qualidade.