A Justiça de Rondônia determinou que produtores de leite não impeçam a circulação de caminhões leiteiros em rodovias de Rondônia. Devido a um movimento grevista de parte da categoria, muitas estradas estão sendo fechadas e os veículos são impedidos de coletarem leite in natura (vendido por quem não entrou em greve).
A decisão liminar é da juíza Simone de Melo, da Comarca de Alvorada do Oeste (RO), que ainda autoriza o uso policial para dar fim a qualquer bloqueio em rodovia.
” As pessoas envolvidas nas manifestações não representam toda a categoria, mas tratam-se de alguns produtores de leite que decidiram não permitir a passagem dos caminhões leiteiros, como forma de pressionar a empresa autora a aumentar o preço do leite por ela adquirido”, diz a decisão da juíza.
O pedido para liberar a passagem dos caminhões leiteiros nas rodovias foi feito pelo laticínio Frutal Indústria e Comércio, conhecido como Toya, localizado em Urupá.
Ao G1, o gerente Ygor Ravazzi explicou porque o laticínio pediu a liminar na justiça. “A paralisação dos produtores começou no dia 15 de maio com a insatisfação do preço do leite, fomentada por alguns produtores que se autointitularam representantes da categoria, como o Sr Rui que diz nos documentos ser Presidente do Comitê dos produtores de leite do estado de Rondônia. Nós reconhecemos a Faperon, Fetagro, associações e sindicatos do estado como representantes dos produtores”.
Ainda segundo Ravazzi, a paralisação é legal, um direito do produtor. “Porém, como a paralisação não teve a adesão que esse grupo esperava eles partiram para ações mais agressivas. Ameaça de ataques a caminhões transportadores. Em virtude do agravamento da situação, decidimos entrar com um pedido de liminar para garantir o direito de todos. Garantir que o produtor que aderiu à greve possa continuar não entregando seu leite, mas de forma pacífica reivindicando seus direitos. Garantir que os produtores que não aderiram à greve possam ter seu produto escoado normalmente. Garantir o direito de as indústrias continuarem a trabalhar”, afirma.
O gerente do laticínio Toya diz que espera um diálogo e repudia qualquer ato violento. “O que nós não vamos tolerar é que seja utilizada qualquer via não democrática para reivindicações. Acreditamos que o diálogo é a melhor saída para essa crise e sempre mantemos o canal aberto com o produtor”, aponta.
De acordo com informações repassadas ao G1, durante a semana alguns produtores de leite fecharam rodovias perto do laticínio na RO-473, em Urupá (RO). Neste sábado (30) houve manifesto em Seringueiras (RO), no Vale do Guaporé.
À reportagem, o laticínio Toya ainda afirma ter recebido um documento assinado em nome de Rui Baborsa, presidente da Comissão dos Produtores de Leite no estado, onde este afirmou na sexta-feira (29) que não será permitido a entrada e saída de caminhões leiteiros no município de Seringueiras (RO) a partir deste sábado.
Laticínio afirma ter recebido documento de comissão informando sobre bloqueios — Foto: Reprodução/WhatsApp