A defesa de Pedro Arrigo, que foi apontado pela Polícia Civil como um dos envolvidos na chacina que deixou cinco mortos em Vilhena (RO), no Cone Sul, entrou com pedido de revogação de prisão preventiva junto à 1ª Vara Criminal do município. Conforme o advogado Romilson Fernandes, no dia dos assassinatos, em 17 de outubro, Pedro Arrigo não estaria no município.
“Foi juntado provas de câmeras de segurança, com data e horário mostrando que o Pedro Arrigo não se encontrava em Vilhena e que ele estava no estabelecimento comercial do filho”, explica Fernandes.
Segundo o advogado, o pedido de revogação da prisão foi apresentado ao judiciário na terça-feira (27) junto com os vídeos que poderiam comprovar o não envolvimento de Pedro Arrigo na chacina. “O primeiro passo que a defesa fez foi encaminhar para a autoridade policial. Dei entrada relacionando seis nomes de testemunhas e, inclusive, uma que é policial e que nas horas vagas, faz segurança nesse estabelecimento comercial”, conta.
envolvidos na chacina que deixou cinco mortos
(Foto: Polícia Civil/ Divulgação)
Ainda conforme disse Fernandes ao G1, ele entrará com pedido de Habeas Corpus preventivo junto ao Tribunal de Justiça.
Segundo a Polícia Civil, testemunhas ouvidas durante o inquérito policial afirmam que viram Pedro Arrigo no dia da chacina andando em uma caminhonete com vários homens na carroceria, próximo ao local das mortes.
A defesa de Arrigo acredita que ele estaria sendo confundido com outro suspeito identificado como Ilário Danelli, por apresentar características físicas semelhantes. “A fotografia apresentada é de vinte ou trinta anos atrás. O Pedro Arrigo hoje é bem diferente daquela fotografia. Coincidentemente esse segundo suspeito, também é um homem branco e calvo com as mesmas características de vinte ou trinta anos atrás do Pedro”, contrapõe o advogado.
As imagens do sistema de segurança do estabelecimento comercial do filho de Pedro Arrigo foram entregues à Polícia Civil e, segundo o delegado Fábio Campos, estão sendo analisadas. A previsão é de que até sexta-feira (30) os vídeos devem ser encaminhados ao judiciário, que decidirá pela revogação ou não da prisão preventiva.
Outra condenação
Pedro Arrigo já foi condenado a 12 anos de prisão por uma suposta invasão à Fazenda Dois Pinguins, no município de Chupinguaia (RO), em 2012. Na época, funcionários da propriedade foram mantidos em cárcere privado e uma pessoa ficou gravemente ferida. Ele responde em liberdade pelas acusações feitas na época e o processo tramita em grau de recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Chacina
No dia 17 de outubro cinco pessoas foram mortas em uma fazenda de Vilhena. As investigações apontam que o crime teria sido motivado por disputa de terras. Dois suspeitos de serem os mandantes foram identificados e estão sendo procurados. Dentre os mortos estão dois idosos e um adolescente de 17 anos.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Fábio Campos, seis pessoas armadas chegaram em três motocicletas na propriedade e realizaram os homicídios. O local passou por uma reintegração de posse dois dias antes da chacina.
“Eles chegaram atirando. Depois atearam fogo na casa onde as vítimas tentavam se esconder. Houve pessoas ali que estavam vivas, morreram não pelo tiro, mas em razão do incêndio. Foram queimadas vivas na verdade”, afirma.