Rodrigo Carvalho comemorou com um post nas redes sociais a transformação do corpo da mulher, Thais Machado. Ela emagreceu dez quilos em 20 dias com ajuda da dieta hCG, a mesma de Jéssica Lopes, a Peladona de Congonhas. Além de ser obrigada a seguir uma dieta restritiva de 500 calorias por dia, o método consiste também em injetar o hormônio hCG no corpo, o mesmo que é produzido pela placenta durante a gravidez. O objetivo é diminuir o apetite do paciente por meio de aplicações diárias de Gonadotrofina Coriônica Humana, o hCG.
Thais conta que sempre sofreu com o efeito sanfona. Mãe de uma menina de 12 anos, Geovanna, de outro relacionamento, e de Valentina, 1 ano, com o ex-BBB, ela engordou 20 quilos na primeira gestação e 17 na segunda. No entanto, após a gravidez de Valentina, Thais não conseguia perder os dez quilos extras. Com 1,75m de altura, a balança apontava 77kg. “Sou uma pessoa que adora comer e gosta de tomar cerveja. Mas quando coloco uma coisa na cabeça, vou até o fim. Na adolescência era daquelas que mesmo magra me achava gorda, e para emagrecer tomava remédio para controlar o apetite”, conta ela.
(Foto: Reprodução/Facebook)
Thais resolveu encarar a dieta hCG ao saber que fazia perder peso rápido. Antes de começar o método, passou três meses se submetendo a exames clínicos até o médico se certificar de que ela estava apta a seguir o procedimento.
Nesta quinta-feira, 29, Thais irá se submeter a uma cirurgia plástica nos seios. Por conta dos muitos pesos que ganhou nas duas gestações, a mulher do ex-BBB diz que não havia malhação que os enrijecesse. “Vou fazer uma mastopexia que consiste em retirar o excesso de pele que tenho nos seios e implantar próteses de silicone. Quero colocar de 350 a 400 ml. Meu objetivo é começar em janeiro a me transformar em Thais Fitness”. A mulher de Rodrigo quer ficar em forma para fazer bonito a seu lado. “Tenho um marido todo saradão e tem muita mulher dando em cima dele!”, brinca.
Por causa do cardápio de apenas 500 calorias por dia, o médico não aconselhou Thais a praticar atividade física durante a dieta. Com esse cardápio, ela não teria forças para fazer exercicios. “De manhã tomo um suco de limão com adoçante stévia e mais três claras de ovo e peito de peru. No almoço, 120 gramas de peito de frango com um legume no vapor e salada de folhas à vontade, só temperadas com limão e sal rosa. O lanche é uma maçã ou laranja ou oito morangos. O jantar é o mesmo do almoço”, conta ela, que nesta terça-feira, 27, saiu da dieta. “Comi uma paella com o Rodrigo e bebi vinho. Quando é assim, no dia seguinte tenho que comer apenas seis maçãs, fruta que é a base da dieta.”
Apesar de ter perdido dez quilos, Thais ainda quer emagrecer mais três para compensar o tempo que ficará parada se recuperando da cirurgia plástica dos seios. “Também tenho que me preparar para as festas de fim de ano, quando a gente sempre exagera na comida”.
Dieta polêmica
A dieta hCG foi criada em 1950 pelo médico britânico Albert Simeons e ainda causa polêmica. A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia emitiu em maio deste ano um documento dando seu posicionamento sobre o método, no qual afirmava:
“Considerando que muitos médicos estão administrando hCG para pacientes que
querem emagrecer, alegando sua eficácia para tal propósito; Considerando que não há nenhuma evidência cientifica que hCG seja útil no tratamento da obesidade (pelo contrário, o que se tem de evidências é que não tem nenhuma eficácia); Considerando que o tratamento com hCG pode ser deletério para os pacientes, podendo levar a graves consequências clínicas, conforme documentado na literatura médica; A SBEM e a Estudo da
Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO) posicionam-se frontalmente contra a utilização de hCG com a finalidade de emagrecimento, considerando tal conduta não ter evidências científicas de eficácia e apresentar potenciais riscos para a saúde.”
(Foto: Reprodução/Facebook)
O presidente da SBEM, Alexandre Hohl, alerta sobre o perigo da dieta: “Não há evidências cientificas de que a utilização do hCG seja útil no tratamento da obesidade, e há ênfases de sua falta de eficácia para este fim. Além disso, o tratamento com este hormônio pode prejudicar os pacientes, levando a graves consequências”.
O médico Guilherme Renke, pós-graduado em Cardiologia pelo Instituto Nacional de Cardiologia, Endocrinologia pela IPEMED, Nutriendocrinologia Funcional pela Faculdade Ingá e colunista do “Eu Atleta”, do Globoesporte.com, cita estudos que questionam o sucesso da dieta. “Na verdade existe muita evidência científica contra o uso do hCG para emagrecimento. Mas existem também estudos a favor na literatura como no publicado no American Journal of Clinical Nutrition, em 1973, onde houve uma significativa perda de peso dos pacientes estudados. Em resumo, são necessários maiores pesquisas duplo-cegos e randomizados para avaliar a real eficácia da utilização do hCG como terapia no emagrecimento. No entanto, o uso do hCG é regulamentado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e sua utilização médica para emagrecimento é off-label, que significa prática médica não reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina mas que pode ser feita pelo médico.“