A Volkswagen divulgou nesta quarta-feira (28) o primeiro prejuízo trimestral em pelo menos 15 anos, impactada pelos custos relacionados ao escândalo de fraude em testes de emissões de poluentes de motores a diesel, segundo a agência Reuters.
A notícia ainda não era de conhecimento público na madrugada, quando a montadora fez, noSalão de Tóquio, sua primeira apresentação em feiras após o caso do diesel vir à tona. Mas o discurso de Herman Heiss, diretor-geral de carros da marca, começou com um pedido de desculpas. O executivo também anunciou que a marca irá investir ainda mais em novas tecnologias e que o foco agora, são veículos elétricos (veja mais no vídeo abaixo).
A Volkswagen reservou € 6,7 bilhões no trimestre para cobrir custos relacionados à fraude que envolveu 11 milhões de carros da marca no mundo, ligeiramente mais do que os € 6,5 bilhões anunciados na semana em que o escândalo se tornou público, em 18 de setembro.
Na última terça (27) também foi divulgado que a Volkswagen perdeu a liderança mundial em vendas durante no acumulado do ano para a Toyota, posto que ocupava desde junho. Mas é difícil associar isso ao escândalo, já que o novo balanço de emplacamentos corresponde aos meses de janeiro a setembro e a acusação contra a Volkswagen só surgiu na segunda quinzena daquele mês.
Lucro anual
Como resultado, a companhia espera que o lucro operacional do ano fique “significativamente abaixo” do recorde atingido em 2014, de € 12,7 bilhões.
Excluindo os custos da fraude, a montadora ainda espera ter margem de lucro operacional de entre 5,5% e 6,5% este ano, depois de 6,3% em 2014.
Investimentos
A Volkswagen planeja cortar os investimentos em € 1 bilhão por ano em sua principal divisão, responsável por 5 milhões de carros que serão alvo de recall. A divisão de luxo Audi, fonte de cerca de 40% do lucro do grupo, também planeja cortes nos investimentos.
A companhia confirmou que o prejuízo divulgado nesta quarta-feira é o primeiro resultado trimestral negativo em pelo menos 15 anos, mas por causa de mudanças contábeis, a empresa não pode precisar quando o último prejuízo ocorreu.
As vendas do grupo, que também incluem a marca Porsche, caíram 1,5% em setembro, para 885.300 carros e recuaram 3,4% no terceiro trimestre, para 2,39 milhões de unidades.