O Governo de Rondônia anunciou nesta quinta-feira (23) a locação de um hospital na capital Porto Velho para aumentar a oferta de leitos exclusivos disponíveis a pacientes diagnosticados com o novo coronavírus no estado. Serão 12 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 50 leitos clínicos.
Parte do Hospital Prontocordis, localizado no centro de Porto Velho, deve ficar por três meses à disposição do estado por um custo aproximado de R$ 10 milhões.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), a contratação inclui, além da estrutura física, toda a prestação do serviço médico-hospitalar aos pacientes, como insumos, medicamentos e manutenção.
Cerca de 170 profissionais entre técnicos de enfermagem, laboratório, radiografia, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas e médicos de várias especialidades devem atuar nos atendimentos.
O contrato será assinado após a homologação de termo de dispensa de licitação. A unidade escolhida ofereceu o menor valor entre as que apresentaram proposta, segundo o governo.
UTI do Hospital Prontocordis foi alugada pelo governo de Rondônia — Foto: Diêgo Holanda/G1
Em entrevista coletiva, o secretário estadual de Saúde, Fernando Máximo, e os donos do hospital apresentaram à imprensa a estrutura, nova e nunca foi usada por pacientes. O chefe da pasta da Saúde lembrou que a locação acontece em um momento de subida rápida no número de casos confirmados.
“Se nós pegarmos os dados dos nossos boletins, do dia 19 de abril pra cá, nós subimos de 160 para 250 pacientes confirmados. Tínhamos quatro pacientes internados, hoje temos 18. Então o número de internados tem subido muito rápido e nós estamos nos preparando pro que pode acontecer nos próximos dias”, disse.
De acordo com o diretor clínico do hospital, Andrei Leonardo, apenas o bloco novo da unidade ficará exclusivo para pacientes infectados pelo novo coronavírus. “Esse prédio novo vai ser todo fechado pra atender a Sesau. Esse prédio novo vai ser como um outro hospital. Não vai ter comunicação entre um hospital [prédio] e outro”, explicou.
Hospital Prontocordis em Porto Velho — Foto: Diêgo Holanda/G1
Fernando Máximo também justificou a escolha por contratar o prédio do hospital com a prestação de serviços ao invés de montar um hospital de campanha, como fizeram outros estados. Conforme o secretário, a montagem de um hospital provisório custaria mais de R$ 20 milhões, sem contar a contratação de profissionais e materiais hospitalares.
“[O hospital de campanha] é um hospital que vem e colocam num terreno e daqui a pouco ele se estraga porque não é de paredes, concreto e ele é só estrutura, não tem nenhum médico, enfermeiro. Além disso, não vem com medicamentos, antibióticos, insumos pra tratar esse paciente”.
Máximo informou ainda que o processo é acompanhado pelo Ministério Público do Estado (MP-RO) e pelo Tribunal de Contas do Estado. Os documentos relacionados às contratações feitas com dispensa de licitação no período da pandemia estão disponíveis no Portal da Transparência do Estado.
Avanço da epidemia
Durante a coletiva, Fernando Máximo citou um estudo da Universidade Federal de Rondônia (Unir) e comparou com o dados atuais da secretaria. De acordo com ele, o trabalho apontava que dia 22 de abril seriam 50 mil casos confirmados, 250 mil infectados não confirmados, 7,5 mil internados e 375 em UTI.
“A gente dá graças a Deus que nós estamos muito melhor do que previam todos os especialistas. Isso se deve as nossas precauções lá no começo. Não estou falando pra criticar os estudos, estou falando que é difícil fazer os estudos [com as previsões].
Até esta quinta-feira (23), Rondônia tem 250 casos confirmados do novo coronavírus e, desses, cinco mortes oriundas da Covid-19. O governo ainda informou que:
- 55 infectados no estado já estão recuperados da Covid-19;
- 20 pacientes estão internados com novo coronavírus;
- 1315 casos foram descartados;
- 50 suspeitos ainda aguardam resultado no Lacen.
Em todo o país, são quase 48 mil casos confirmados de infectados pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2) no Brasil, com mais de 3 mil mortes pela Covid-19 até esta quinta-feira (23).
Os dados fazem parte de um levantamento exclusivo do G1 junto às secretarias estaduais de Saúde, realizado desde o início da pandemia no Brasil, em março. Esses dados também alimentam o Mapa do Coronavírus, plataforma exclusiva que permite acompanhar a curva de mortes e casos de Covid-19 de todos os municípios do país.