A Polícia Civil investiga se a menina de 13 anos que foi estuprada durante dois anos em Porto Velho teria engravidado nesse período. A informação sobre a possível gestação da vítima surgiu após três testemunhas do caso prestarem depoimento nesta quarta-feira (22). O crime veio à tona após o pai da adolescente, de 41 anos, ser preso suspeito de praticar os abusos em 15 de abril.
Conforme a polícia, a menina teria engravidado e passado por abordo pelo menos duas vezes.
“Nem a delegada sabia que a menina havia passado por aborto. Mas acreditamos que foram forçados pelo pai”, disse Flávio Rodrigues, chefe do Serviço de Inteligência e Captura (Cevic), da Polícia Civil. A vítima está sob os cuidados de uma tia e é acompanhada por psicólogos.
Outra revelação feita durante os depoimentos é o suposto envolvimento do pai da adolescente com outras menores. Ambas as informações coletadas nos depoimentos já são apuradas pela polícia.
A corporação informou que a mãe da vítima disse que não sabia dos abusos. Ela prestou depoimento na última sexta-feira (17).
Uma pastora também foi intimada a depor, já que a menina teria confessado a ela em janeiro deste ano que engravidou, mas a vítima havia pedido sigilo.
À polícia, ela alegou não ter envolvimento algum com o caso. A suspeita é de que a pastora fizesse rituais para que a menina perdoasse o crime do pai, ainda de acordo com a corporação.
Prisão do pai
Os estupros começaram quando a vítima tinha 11 anos, segundo a Delegacia Especializada de Proteção a Criança e ao Adolescente (DPCA).
O caso começou a ser investigado em dezembro de 2019 quando a tia da vítima denunciou o crime à polícia. A menina passou por escuta especializada com uma psicóloga da DPCA, onde contou todos os detalhes das agressões do pai. Ela também passou por exame de corpo de delito que comprovou a veracidade dos fatos apresentados.
Segundo a vítima, os estupros aconteciam quando a mãe saia de casa. Ainda conforme relatos da menina, a mãe já se retirava do local sabendo que o marido cometia os abusos contra ela.
A partir desse ponto a delegacia optou pela prisão preventiva do homem, que ocorreu na semana passada. Uma guarnição foi a residência do suspeito, mas ele conseguiu fugir. Então a equipe do Cevic começou a trabalhar para localizá-lo.
O homem começou a mudar rotineiramente de endereços, sendo protegido por parentes. Por isso, durante as investigações foram feitas diligências junto às casas de vários familiares até que na quarta-feira (15) conseguiram a localização exata e efetuaram a prisão.
O suspeito trabalhava como motorista de aplicativo e a polícia não descarta a possibilidade de que outras vítimas possam ter sido estupradas por ele. Dentro da viatura, o homem disse aos policiais que “não se controlava, pois era tentado pelo demônio”.
A delegada responsável pelo caso vai investigar se os parentes sabiam dos estupros, dependendo do teor das provas, eles podem responder pelo crime de favorecimento real e a mãe da menina por conivência.