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Jaru, 22 de outubro de 2024

Atendimento em UPA é reduzido após mãe de criança ter ataque de fúria

A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Zona Leste de Porto Velho está funcionando com apenas um médico nesta quarta-feira (9). De acordo com o diretor da unidade, Raimundo Lamarão, a redução no atendimento aconteceu depois do ataque de fúria da mãe de uma criança de 5 anos, na tarde de terça-feira (8).  Segundo a Polícia Militar, revoltada por não ser atendida, a mulher derrubou um monitor e agrediu um vigia do local. Por causa do incidente, os demais profissionais de saúde alegaram insegurança e não quiseram atender os pacientes nesta quarta.

UPA- Leste apenas está atendendo pacientes de urgência e emergência em Porto Velho, unidade estava vazia na manhã desta quarta (9) (Foto: Hosana Morais/G1)
UPA está atendendo pacientes de urgência e emergência em Porto Velho (Foto: Hosana Morais/G1)

Lamarão informou que os médicos que faziam plantão decidiram não trabalhar devido à insegurança. Isso ocorreu após a mulher causar um transtorno na unidade. “Temos de plantão médicos extras, pois o contrato emergencial já venceu e eu consigo escalar alguns para fazerem atendimento. Porém, após a confusão de ontem, eles informaram nesta quarta (9) que somente irão voltar à unidade após um acordo com a Secretária Municipal de Saúde (Semusa)”, explicou Lamarão.

O diretor especificou que a unidade de saúde está atendendo casos de pacientes com crise asmática, princípio de infarto, entre outras situações de urgência e emergência. “Os médicos se sentem inseguros para voltar ao trabalho. Portanto, estamos atendendo apenas pacientes com cortes para sutura, ou acidentes de trânsito, pois só há um médico de plantão. Ainda corremos o risco de não haver ninguém para atender a população pela parte da tarde, somente a enfermaria”, informou Lamarão.

A única médica de plantão da UPA, que prefere não se identificar, reforçou ao G1 que colegas de profissão temem voltar à unidade por insegurança. “Todos os nossos colegas ficaram abalados por conta do ataque de ontem. Não é a primeira vez que os médicos da unidade são agredidos pela população. Por isso, muito deles resolveram não atender mais na unidade, por medo de serem agredidos novamente. Esperamos que novos médicos sejam contratados para resolverem o problema da falta de recursos humanos e plantão extra”, afirmou a médica, ressaltando que a filha da mulher que teve um ataque de fúria seria a próxima a ser atendia e que não havia necessidade de agressão.

Wallace Cristian de três anos foi atendido rapidamente, após está com falta de ar e tossir  (Foto: Hosana Morais/G1)A mãe do pequeno Wallace Cristian, de três anos, se assustou com a falta de médicos e pacientes na unidade. “Sempre venho aqui e está lotado, porém hoje o atendimento foi rápido. Meu filho estava com falta de ar e logo foi atendido. Agora está fazendo inalação”, disse Servina Ferreira.

Solução do problema
O diretor da UPA informou que Semusa irá fazer uma reunião com os médicos da unidade para resolver a questão da segurança na instituição.

Wallace Cristian de três anos foi atendido
rapidamente (Foto: Hosana Morais/G1)

Ataque de fúria
Na tarde da ultima terça-feira (8), uma mulher teve um ataque de fúria devido à demora no atendimento à filha, de cinco anos. Ela invadiu um consultório médico, derrubou o monitor de um computador e agrediu um vigia na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Zona Leste de Porto Velho.

Depois da confusão, como as partes envolvidas tiveram que comparecer à delegacia para registro de ocorrência, o atendimento na UPA teria sido suspenso, só voltando à normalidade no início da noite de terça-feira (8).

O G1 tentou contato com o Conselho Regional de Medicina de Rondônia (Cremero) para saber se a autarquia realizou ou vai realizar alguma fiscalização na unidade, mas não obteve retorno às ligações, até o momento da publicação.

Já a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) afirmou que o atendimento no local não está suspenso. De acordo com a assessoria de imprensa, há dois médicos atendendo a demanda na unidade da zona leste e quatro clínicos na unidade da zona sul.


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