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Jaru, 27 de outubro de 2024

Opinião – O Brasil pós-PT deve relembrar Porto Velho

Porto Velho, RO – A falta de entusiasmo do povo brasileiro com a política é altamente justificável. Corrupção para todos os cantos. Na mídia, não se fala sobre outra coisa, exceto notícias enxertas entre as matérias políticas falando sobre moda, celebridades e algum novo tipo de dieta extravagante usando vegetais sintetizados.

A sensação de impunidade após sucessivos escândalos descobertos pelo País e sem uma resolução, responsabilização adequada, também corrobora com o cenário atual de incertezas. Com toda essa explosão de coisas inexplicáveis, que deixam a população atordoada, surgem os ‘heróis’ da pátria, prometendo mundos e fundos como garantia de uma nova realidade para o futuro.

O que se vivencia hoje são os desdobramentos da Operação Lava Jato, que tem como antagonista o Partido dos Trabalhadores, o PT, da presidente Dilma Rousseff, do ex-presidente Lula e também do ex-prefeito de Porto Velho Roberto Sobrinho. E por que citar Sobrinho?

Após oito anos de gestão petista na Capital das Três Caixas d’Água, com todas as irregularidades descobertas ao longo desse período, Roberto tornou-se um exemplo de má-administração, atingindo o ponto máximo da incompetência com o caso dos viadutos da BR-364, obra que nunca saiu do papel.

Um ‘elefante branco’ enorme pra zoológico nenhum botar defeito! Apesar de ter concluído seu mandato, o PT tentou fazer sucessor lançando a ex-senadora Fátima Cleide na disputa que sagrou Dr. Mauro Nazif (PSB) vencedor. E um dos pontos altos das promessas de Nazif era justamente e conclusão dos viadutos. Após quatro anos à frente da Prefeitura de Porto Velho, Mauro não só deixou de cumprir a promessa – feita ao controverso programa CQC da Bandeirantes – como seguiu a mesma linha de atuação de seu antecessor.

“A gente lamenta. Lamenta por quê? Porque o recurso existe. Agora… não entregaram. Cabe a nós que iremos assumir a partir do dia primeiro de janeiro fazermos a entrega disso (viadutos) e é isso que nós queremos”, disse o prefeito na ocasião, ainda em 2012, antes de assumir o cargo. Claro que as desculpas das mais variadas surgiram ao longo do temo. O DNIT assumiu a questão e garantiu a conclusão para maio deste ano.

Isso demonstra que não há solução miraculosa para os problemas políticos vivenciados pelos brasileiros. Um partido político não pode ser responsabilizado, ou seja, não merece a marca do monopólio da corrupção, em detrimento de várias outras personalidades tão omissas, incapazes e/ou criminosas quanto as do PT.

Se Lula não for candidato em 2018, ou, ainda que seja, mas reste derrotado, o Brasil pós-Partido dos Trabalhadores deve relembrar o exemplo de Porto Velho, mantendo a consciência de que essa gente que muito fala e pouquíssimo faz pode representar estancamento e até mesmo retrocesso. Se apoiar no devaneio do heroísmo discursivo é dar tiro no pé com munição de bazuca. Olhos bem abertos nos candidatos detratores, que optam mais pela ofensa aos opositores do que pelas propostas concretas e exequíveis.

RONDONIA DINAMICA


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