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Jaru, 22 de outubro de 2024

Criadouro ‘gigante’ do Aedes aegypti preocupa moradores em Porto Velho

Vista aérea de quintal baldio na Avenida Abunã (Foto: Ana Fabre/ Arquivo Pessoal )
Vista aérea de quintal alagado na Avenida Abunã (Foto: Ana Fabre/Arquivo Pessoal )

Um terreno baldio, que possui uma espécie de criadouro gigante do Aedes aegypti, vem tirando as esperanças e a tranquilidade de moradores quanto a uma possível solução. O fato ocorre em um lote situado na avenida Abunã, Zona Central de Porto Velho, desde o início do inverno amazônico (período das chuvas). O local enche de água e atrai mosquitos, ratos e até moradores de rua. “Fazer um aterro que é bom, nada”, diz moradora.

João da Cruz, que reside ao lado, já se acostumou com o vizinho indesejado: “Nem ligo mais”, afirmou sem esperança. Segundo João, há dois anos o procedimento da prefeitura é o mesmo em relação ao problema. “Enche de água, eles vêm e esvaziam. Em uma última inspeção aqui, não encontraram larva do mosquito da dengue. Nunca peguei, graças a Deus”, disse, mas com um pé atrás.

Já a moradora Jucinete Vieira não teve a mesma sorte e pegou dengue recentemente. Ela reclama da presença de insetos, ratos e da falta de providências. Compartilhando o pensamento de seu João, questiona o descaso da prefeitura em relação ao terreno, que mais parece com um local cheio de tanques de criação para o mosquito Aedes aegypti, transmissor da zika, chikungunya e dengue.

Quintal baldio atrai mosquitos e ratos, segundo moradores (Foto: Ísis Capistrano/ G1)
Quintal baldio atrai mosquitos e ratos, segundo moradores (Foto: Ísis Capistrano/ G1)
Jucinete já salvou um morador de rua que se afogava no local

“Eles vêm aqui e tiram essa água velha preta, mas com o tempo enche de novo. Fazer um aterro que é bom, nada”, diz a moradora que aproveitou para contar um caso curioso. Ela já salvou um morador de rua que estava se afogando no local. Para dona Jucinete, foi uma tentativa de banho frustrada. “Ligamos para o bombeiro e ele sobreviveu”, contou.

Ao G1, o titular da Secretaria Municipal de Serviços Básicos (Semusb), Eduardo Damião, alegou que o local agora tem um novo proprietário, que inclusive já pagou todas as multas da secretaria. Entretanto, o proprietário será notificado novamente para resolver o problema do terreno baldio. “Não adianta pagar a multa e deixar por isso mesmo. O que nós queremos é que o terreno seja aterrado”, declarou.

O secretário também advertiu sobre uma nova questão. Agora, a prefeitura tem aval para fazer intervenções em terrenos baldios se o proprietário notificado ou multado não realizar a limpeza ou aterro do local. A conta do serviço fica a cargo da prefeitura, mas o valor do serviço será inserido diretamente no IPTU do proprietário.


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