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Jaru, 22 de outubro de 2024

Mãe de estudante morta ao sair de cursinho diz não ter ódio de suspeita

Natália Araújo Zucatelli é morta após sair de cursinho em Goiânia, Goiás (Foto: Reprodução/ TV Anhanguera)
Nathália Araújo Zucatelli foi morta após sair de cursinho em Goiânia (Foto: Reprodução/ TV Anhanguera)

Cinco dias após ter a filha assassinada em um assalto, a mãe da estudante Nathália Araújo Zucatelli falou pela primeira vez sobre o crime. Em entrevista ao G1 nesta sexta-feira (26), Maria José Zucatelli fez um desabafo sobre a mulher que foi presa, em Goiás,suspeita de ter matado a jovem de 18 anos. “Não conseguimos sentir ódio dela. Estamos orando por esta mulher, pois talvez ela não tenha recebido o amor que a nossa filha recebeu em casa”, afirma. De acordo com a Polícia Civil, a vítima foi morta com um tiro ao sair de um cursinho em Goiânia.

O crime aconteceu na noite de segunda-feira (22), quando a jovem saia de uma escola. Na noite de quinta-feira (25), quatro dias depois, a Polícia Militar de Goiás conseguiu prender a mulher suspeita de ter matado Nathália. O comparsa dela continua sendo procurado.

Após saber da prisão, a mãe de Nathália, que mora em Alvorada do Oeste (RO), falou sobre a suspeita de ter matado a filha dela. “No momento em que recebemos a notícia nós ficamos bastante, não vamos dizer alegres, mas conformados. Pois temos a certeza que esta pessoa não vai mais cometer o mesmo crime que ela cometeu com a minha filha”, diz.

A mãe acredita que com a prisão da suspeita será mais fácil encontrar o homem  que pilotava a moto, assim como quem emprestou a arma do crime.

Maria José Zucatelli, mãe de Nathália, Talita Zucatelli e Nathália (Foto: Reprodução/Facebook)
Maria José Zucatelli ao lado da filha Nathália eTalita
(Foto: Reprodução/Facebook)

“Nós nos sentimos aliviados com certeza.  Mas, ao mesmo tempo, nós também oramos por esta pessoa, pois não sabemos como esta foi educada. Se ela teve um lar, pai ou mãe, isto é, uma família estruturada. A gente vê neste momento em todo o mundo que as famílias estão totalmente desestruturadas, sem base. E isto eu acredito que influencia o mundo de criminalidade e marginalidade”, relata.

Emocionada, Maria José diz que não consegue sentir raiva da suspeita do crime. “Mesmo ela sendo presa, que ela consiga entrar em sintonia com Deus e pedir perdão pelo que ela fez. Nós não conseguimos sentir ódio dessa pessoa”, conta.

Ainda para a mãe, mesmo que a prisão dos suspeitos venha a confortar a família de certa forma, Nathália nunca mais vai volta à casa da família, em Rondônia. “Nós sabemos que nossa filha não vai voltar. Pelo menos ela está em um lugar seguro, longe deste mundo de marginalidade e de crime”, desabafa.

Suspeita de matar Nathália Zucatelli em Goiânia, Goiás (Foto: Vitor Santana/G1)
Suspeita de matar Nathália Zucatelli em Goiânia, Goiás (Foto: Vitor Santana/G1)

Caso
O crime aconteceu na noite de segunda-feira(22). Nathália morava em Ji-Paraná, mas havia se mudado para Goiânia há três semanas para estudar. Ela foi morta com um tiro, por volta das 21h30, a cerca de uma quadra de onde estudava, o Colégio Protágoras, no Setor Marista. Ela tinha saído do cursinho e seguia para a casa. Segundo a Polícia Civil, a jovem foi abordada por duas pessoas que estavam em uma motocicleta.

O corpo da estudante foi levado em um avião de Goiânia para Porto Velho, de onde seguiu em carro funerário até Ji-Paraná, a 375 km da capital de Rondônia, para ser velado. Em seguida, ele foi encaminhado a Alvorada do Oeste, onde foi sepultado na quarta-feira (24).

Os investidores acreditam que nada tenha sido roubado da estudante. Apesar de não terem levado nenhum objeto da vítima, tudo indica que ela foi baleada durante um assalto, informou ao G1 o titular da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), o delegado Kleber Toledo.

Amigos prestam homenagens a Nathália Araújo Zucatelli, morta após sair de cursinho em Goiânia, Goiás (Foto: Reprodução/ Facebook)
Amigos prestam homenagens a Nathália Zucatelli, morta ao sair de cursinho (Foto: Reprodução/ Facebook)

Inicialmente, agentes haviam informado que um celular tinha sido roubado, já que a jovem possuía dois aparelhos e só um foi encontrado no local do crime. No entanto, o telefone foi achado na quitinete em que ela morava, nas proximidades do Colégio Protágoras.


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