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Jaru, 22 de novembro de 2024

Cinco frigoríficos de carne estão fechados

cinco-frigorificos-de-carne-estao-fechados540x304_03814aicitono_1aau1kkgv6ss1lsb1ee4cc9mm7aDepois do “Grito da Pecuária” organizado pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Rondônia (Faperon), o presidente da instituição Hélio Dias apresentou um relatório técnico revelando que o grupo Friboi-JBS é o responsável por mais de 47% dos abates de bovinos no Estado de Rondônia e de 25% da carne exportada. Isso mostra o interesse do grupo em manter mais de cinco plantas frigoríficas lacradas no Estado.

Conforme frisa Hélio Dias, “essa atitude impede a livre concorrência e eles acabam pagando o preço pela arroba do boi que melhor lhes convêm, prejudicando criadores e pecuaristas no Estado”. Eliminando a concorrência e achatando o preço da arroba do boi gordo, essa foi uma das estratégias do grupo Friboi-JBS, adquirindo unidades frigoríficas no Estado e depois fechando-as. Essa constatação faz parte do documento levantado nos principais polos do Estado pelo “Grito da Pecuária”.

Os números e levantamentos serão apresentados e entregues às autoridades durante a reunião no próximo dia 15. Convocada pelo governador Confúcio Moura mostrará que dos frigoríficos com inspeção Federal no Estado que abatem mais de 95% dos animais, 10 estão ativos e 9 fechados sendo que 05 são do Friboi-JBS.

Ativos e Inativos

O grupo Friboi-JBS, tem cinco plantas inativas no Estado compreendendo duas em Ariquemes, uma em Cacoal, uma em Pimenta Bueno e outra em Rolim de Moura. Plantas em atividades, o grupo Friboi-JBS mantêm em pleno funcionamento com abates diários, nos municípios de Porto Velho, Vilhena, São Miguel do Guaporé e Pimenta Bueno.

Os números da cadeia bovina em Rondônia impressionam. Nos frigoríficos com inspeção federal foram abatidos em 2015, 2,4 milhões de animais. Nos cinco estabelecimentos com inspeção estadual foram mais de 100 mil bovinos. Ainda existem cinco frigoríficos inativos e dois que estão para ser reabertos, em Rolim de Moura e Ji-Paraná. Nesta disputa entre pesos pesados, envolvendo pecuaristas e frigoríficos, quem vem leva a pior em Rondônia são os consumidores que pagam um dos preços mais altos pelo quilo da carne no País, e o fisco estadual que em 2015 deixou de recolher R$ 1 bilhão.

De Rondônia pelos levantamentos da Faperon, são abatidos de 2,1 milhão de animais procedentes deste Estado, o restante é oriundo dos vizinhos Mato Grosso, Acre e Amazonas. A pergunta é: será que estes cerca de 300 mil animais que entram no Estado, não se sabe, com clareza de que maneira para ser abatidos, estão devidamente imunizados contra a febre aftosa e outras doenças?

Vem aí a CPI do boi

No dia 15 também na mesma data da reunião entre autoridades, pecuaristas e representantes dos frigoríficos, na abertura dos trabalhos legislativos, os deputados que integram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) apresentam os documentos levantados ao presidente da Casa, deputado Maurão de Carvalho, para serem encaminhados oficialmente ao Ministério Público. Os senadores Acir Gurgacz e Valdir Raupp defendem uma pauta com melhores preços aos pecuaristas para arroba do boi gordo.

Na reunião do dia 15, no gabinete do governador Confúcio Moura, que vai mediar o encontro, acompanhando os representantes da bovinocultura de Rondônia, já garantira presença representante da Confederação Nacional de Agricultura do Brasil (CNA) e Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ).

Fonte:Diário da Amazônia


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