Conhecida como “Mamãe do Bumbum”, a esteticista Amanda Juliana Fernandes França, 41, foi presa em Contagem (MG) nessa sexta (20) sob a suspeita de aplicar silicone industrial nas nádegas de mulheres, colando, em seguida, a pele delas com uma supercola. A informcao foi divulgada pelo portal UOL, segundo o qual foi presa também Dayse Viviane Martins Lopes, a dona do estabelecimento, de 34 anos.
A Polícia Civil informou que, os procedimentos eram feitos na casa da dona do salão, embora o local tivesse como o bronzeamento artificial como atividade principal. Ou seja: não havia autorização para fazer os procedimentos com silicone.
“As vítimas ficavam deitadas em uma maca de bruços. Ela aplicava a anestesia e iniciava a introdução das substâncias nos glúteos. Era uma agulha grossa, que fazia um buraco um pouco maior na superfície da pele e, após o final do procedimento, ela usava cola instantânea para tapar o buraco. O processo de infecção tem início a partir da rejeição, e surgem buracos nas nádegas, é o corpo tentando expelir a substância”, explicou o delegado Rodrigo Bustamante.
Ainda segundo o policial, foram apreendidos vários produtos no salão, entre os quais, anestésicos, os quais não poderiam ser utilizados pela esteticista por falta de formação profissional.
“Essa aplicação tem que ser feita apenas por profissionais da saúde. Para evitar uma possível inflamação ou rejeição do produto, ela (a esteticista) introduzia antibióticos nessas vítimas”, disse.
Atuando em Minas Gerais desde fevereiro de 2019, a mamãe do bumbum é natural do Rio de Janeiro. Conforme as investigações, ela cobrava cerca de R$ 4 mil por procedimento do tipo, de modo que pelo menos 60 mulheres já fizeram aplicações com a esteticista em Minas.
Dayse, a dona do local, seria a responsável pelos agendamentos, apontam as investigações, recebendo 10% do total pago pelas clientes.
As investigações começaram em novembro, e, conforme o delegado, várias vítimas procuraram a delegacia relatando o caso. Elas disseram que o produto injetado seria hidrogel. O delegado disse que, mesmo que fosse, ele também está proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para finalidade estética no Brasil desde 2014.
“Várias vítimas procuraram a delegacia narrando que sofreram alguma lesão após aplicação de um produto, em tese, denominado hidrogel. A partir daí, a investigação se iniciou e as prisões aconteceram no dia 6 de dezembro. A Amanda aplicava o produto que, posteriormente, comprovou-se ser silicone industrial. O silicone industrial serve para vedar vidros, para utilizar na limpeza de peças de avião e de navio. Nunca é recomendado para uso estético porque pode causar a embolia pulmonar e a morte”, advertiu Rodrigo.
Se condenada, a “Mamãe do Bumbum” pode pegar até 15 anos de prisão por exercício irregular da profissão, estelionato e manuseio de produtos sem regulamentação legal.
Os advogados das duas mulheres foram contatados, mas não se pronunciaram.
Fonte:YAHOO
