O tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), “Democratização do acesso ao cinema no Brasil“, surpreendeu os candidatos e foi alvo de reclamações após a prova deste domingo (3).
Moradora de Cacoal (RO), Sidnéia Pereira Evangelista, 20 anos, diz que o tema da redação não chegou a ser cogitado nem pelos cursinhos preparatórios do Enem em Rondônia.
“Foi um tema muito diferente dos anos anteriores. Nem no cursinho surgiu a hipótese de ser um tema cultural”, finalizou.
Em Porto Velho, o tema da redação também foi alvo de críticas pelos candidatos. Marilda Marques, que já é estudante de psicologia, afirma que o tema teve um ‘teor político’.
“Eu achava que seria coisas do nosso dia a dia, do cotidiano. Teve tantas coisas que aconteceram esse ano e poderiam ter sido o tema da redação”, diz a candidata que vai tentar uma bolsa pelo Fies.
Rafaely Matos e Gabrielle Lima, ambas de 18 anos, disseram que o tema da redação do Enem 2019 foi inesperado. — Foto: Jheniffer Núbia/G1
Rafaely Matos e Gabrielle Lima, ambas de 18 anos, disseram que o tema da redação do Enem 2019 foi inesperado.
” Achava que o tema seria algo sobre feminicídio, meio ambiente, barragem, mas cinema? Metade das pessoas não esperaram por essa”, diz Rafaely.
A outra estudante ressaltou que a dificuldade que teve está relacionada com a estrutura da sala de aula onde fez na prova. ” Na escola Orlando Freire a central de ar quebrou e eles abriram a janela, mas mesmo assim estava muito quente e com um tema desse, tudo piorou” pontua Gabrielle, que fez a prova em outra escola de Porto Velho.
Vitória Katollynny Lima, 20, faz engenharia elétrica e vai tentar a nota pra Sisu para trocar de federal; sair de Rondônia para a federal de Goiás, onde mora a família. “O tema da redação foi algo que NUNCA pensei que fosse cair. Achei complicado, pois eu não tinha uma base sobre isso e os textos motivacionais não ajudaram”, ressalta.
Nas redes sociais, alguns internautas elogiaram o tema, enquanto outros ficaram felizes de não estarem entre os candidatos neste ano. Para cineastas ouvidos pelo G1, acesso ao cinema no Brasil ainda não é democratizado.