A Polícia Civil de Santa Maria, na Região Central, prendeu, na manhã desta quarta-feira (25), o médico Pedro Augusto Ramos da Silva, 62 anos, condenado 14 anos e cinco meses de prisão pelo Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO) pelo estupro de 15 pacientes em 2016. Em 2018, ele recorreu e teve a pena reduzida para 14 anos. Deveria cumprir em prisão domiciliar na cidade gaúcha, mas foi flagrado em locais públicos onde não estava permitido ir.
Em análise de imagens de câmeras de segurança, a polícia constatou que o médico caminhava normalmente pelas ruas nesta semana. Ele estava autorizado a comparecer a consultas médicas e a saídas esporádicas para fazer tratamento de saúde, mas foi visto em agências bancárias e imobiliárias.
Segundo o delegado Antônio Firmino Neto, a polícia recebeu uma denúncia anônima e investigou o médico durante uma semana. Nesta manhã, foi detido na saída de um banco.
“Ele alegou que era doente da coluna, mas, pelas imagens, andava bem rápido, bem desenvolto.”
Médico condenado a 130 anos de prisão é preso em Santa Maria — Foto: Reprodução / RBS TV
Pedro Augusto foi encaminhado ao Presídio Estadual de Santa Maria. Um processo disciplinar por descumprimento de pena será aberto. Caso seja condenado, deve ter a pena regredida e pode retornar ao regime fechado.
Conforme o delegado, nenhum advogado se apresentou ainda à polícia para representar o médico.
Ao deixar a delegacia, houve comoção entre moradores. Algumas pessoas gritaram “João de Deus!”, em alusão ao caso do médium também investigado por crimes sexuais contra pacientes.
Entenda o caso
Pedro Augusto Ramos da Silva foi condenado em Rondônia — Foto: Reprodução/TV Amazônia
Em agosto de 2016, a Justiça julgou que Pedro Augusto se aproveitava da posição de confiança em relação às pacientes durante exames ginecológicos ocorridos entre setembro de 2014 e fevereiro de 2015. Ele foi indiciado por 19 casos, e foi condenado em 15 deles.
Os abusos aconteceram em um hospital particular, no posto de saúde municipal e no hospital regional de Ariquemes (RO), onde ele trabalhava.
Na decisão, a juíza Cláudia Mara da Silva fixou a pena base de oito anos de reclusão. Porém, como o médico possuía antecedentes criminais com condenação em Feijó (AC) e em Porto dos Gaúchos (MT), foi constatada reincidência. A pena foi fixada, então, em oito anos e oito meses para cada crime de estupro, totalizando 130 anos de prisão em regime fechado.
No entanto, em 11 de outubro de 2018, a defesa recorreu e teve o pedido de redução penal atendido. Ele passou, portanto, a cumprir 14 anos, cinco meses e 10 dias em regime inicialmente fechado.
O médico, então, pediu prisão domiciliar justificando problemas de saúde e que não poderia ficar no presídio. Alegou que tinha doenças na coluna e dificuldade de caminhar. Como ele é gaúcho, nascido em Rio Pardo, foi transferido para cumprir prisão domiciliar em Santa Maria com a família.