A rebelião na penitenciária estadual Dr. José Mário Alves da Silva, o Urso Branco, em Porto Velho, causou prejuízos de cerca de R$ 120 mil, segundo a Secretaria Estadual de Justiça (Sejus). Durante o motim, que teve início na noite de domingo (18) e terminou por volta de 20h de segunda-feira (19), 38 familiares dos detentos foram feitos reféns. Até as 12h (horário local) desta terça-feira (20), 11 parentes dos presos haviam saído e 27 ainda estavam na unidade (veja a saída acima).
nesta manhã, em Porto Velho (RO)
(Foto: Polícia Militar/Divulgação)
De acordo com as mães e esposas dos presidiários que já saíram do presídio, os outros familiares que ainda estão no local ficaram na penitenciária para checar como será feito o retorno dos detentos às celas. A Sejus informou que 30 apenados foram transferidos para a Penitenciária Estadual Edvan Mariano Rosendo, o Urso Panda, no final da tarde de segunda.
O restante dos presos será realocado no Urso Panda à medida que a unidade for recuperada. Nesta manhã, os presidiários foram colocados na quadra de esportes. Conforme o secretário-adjunto de Justiça, Marcus Amaral, a penitenciária teve danos em vários pontos da rede elétrica e paredes de alvenaria, onde foram feitos túneis para interligação de celas. O prazo previsto para o conserto total é de 30 dias.
A rebelião
De acordo com o Sindicato dos Agentes Penitenciários e Socioeducadores do Estado de Rondônia (Singeperon), por volta das 17h de domingo, os detentos estavam com os visitantes na capela do pavilhão A. Quando os agentes anunciaram o encerramento do horário de visita, os presidiários se recusaram a liberar os familiares, fazendo os visitantes de “escudo humano”. Às 19h, a direção do Urso Branco teria tentado negociar com os presos.
Ainda conforme o Singeperon, por volta de 1h, os presos quebraram uma parte da parede da igreja e invadiram outros pavilhões da penitenciária, libertando os demais detentos. Houve queima de colchões e depredação de celas.
A Secretaria Estadual de Justiça solicitou intervenção militar e o Comando de Operações Especiais (COE) da Polícia Militar foi enviado ao Urso Branco para conter os detentos. Também foi solicitado o envio de um negociador da PM para tratar com o presidiários.
Os detentos subiram na caixa d’água do presídio e colocaram faixas de facções criminosas com reivindicações pela troca da direção da unidade. A Sejus não se pronunciou sobre a mudança. Para a pasta, o motim pode ter sido motivado pela instalação de detectores de metais e aparelhos de raios-X nas três maiores unidades prisionais de Porto Velho – penitenciárias Ênio Pinheiro e Edvan Marino Rosendo e no Urso Branco.
A medida, segundo Marcus Amaral, é para combater a entrada de telefones celulares, facas e drogas misturadas na comida ou transportadas pelos próprios parentes de detentos.