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Jaru, 24 de outubro de 2024

Condomínios do Minha Casa Minha Vida são alvos de bandidos em RO

Moradores do residencial Orgulho do Madeira, empreendimento construído na Zona Leste de Porto Velho, através dos programas Minha Casa Minha Vida e Morada Nova, para atender principalmente os atingidos pela cheia do rio Madeira, reclamam dos constantes roubos e furtos e da invasão de usuários de drogas nas regiões pouco iluminadas do residencial.

Segundo eles, jovens delinquentes que residem em áreas circunvizinhas estão aproveitando da falta de segurança pública e estrutural do local para furtarem bicicletas, sandálias, aparelhos eletrônicos e até alimentos.

O filho da doméstica Lucilene da Costa e Silva, por exemplo, de 11 anos, teve a sandália arrancada dos pés por um ladrão que, segundo ela, não aparenta ter mais de 17 anos. A mulher contou que o delinquente, mesmo após o roubo, continuou a circular pela região, sem temer qualquer punição. “Ainda tentei convencer ele a devolver a sandália, mas foi em vão”, disse. Segundo ela, os moradores temem represálias dos bandidos, por isso não os enfrenta.

Rita Barros, diz que teve bicicleta roubada enquando dava entrevista (Foto: Toni Francis/G1)
Rita Barros, diz que teve bicicleta roubada enquando dava entrevista 

A moradora Sônia Regina diz que sente falta de um box da Polícia Militar na região. “Quando a gente aciona, demora, mas a PM vem, mas nunca prende ninguém”, lamentou.

Segundo ela, uma vizinha teve as compras roubadas da porta de casa durante o dia. “Ela chegou do supermercado com as compras e, enquanto buscava os restantes das coisas no carro, teve tudo furtado na porta do apartamento”, denunciou.

Moradores que preferem manter o anonimato disseram que, apesar de estarem residindo na região há menos de 30 dias, estão sendo coagidos por homens armados. “Eles chegam de moto e atacam quem estiver na rua. Roubam principalmente aparelhos celulares”, disse um morador. Uma mulher que trabalha com venda de planos de TV a cabo teria tido todo seu equipamento e computador roubados pelos assaltantes. “Ninguém foi preso”, declarou.

Crianças e jovens brincam na rua, devido a falta de locais de esporte e lazer, dizem moradores (Foto: Toni Francis/G1)

Crianças e jovens brincam na rua devido a falta de espaços para esporte e lazer, dizem moradores

 

Outro problema é o uso de drogas nas áreas de convivência dos blocos mais próximos a área de mato, onde há pouca iluminação e nenhuma segurança. “Eles (usuários de drogas) passam a madrugada fumando e cheirando droga. Urinam e defecam em tudo e a gente só pode lamentar, porque se reclamar eles rechaçam com violência”, reclamou a moradora Rita Barros. Ela afirmou que enquanto conversava com a reportagem do G1, a bicicleta do filho de quatro anos, foi furtada.

O professor de Educação Física da Unir, Francisco Constâncio, chamou a atenção para o que ele considera outro grave problema, a falta de uma área poliesportiva para uso dos moradores. “As crianças e jovens são obrigados a brincar na rua, ficando sujeitos a acidentes”, alertou.

Na região também não há circulação de ônibus, o que facilita a ação dos bandidos. “A gente tem que caminhar 40 minutos até o ponto de ônibus mais próximo, quem precisa sair ainda com o escuro ou quem chega à noite do trabalho ou da escola, sempre sofre a ação dos ladrões”, destacou Rita Barros. Segundo ela, o governo assegurou que haverá ônibus circulando na região a partir do dia 10 deste mês. “É esperar para ver”, concluiu.


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