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Jaru, 29 de novembro de 2024

Manifestantes protestam na Lapa contra alta de tarifa do transporte

O protesto começou às 5h30. Os manifestantes fecharam o acesso às plataformas do Terminal Lapa pela rua John Harrison e atearam fogo em pneus. O fogo foi contido pelos bombeiros, e a entrada do terminal foi reaberta momentos depois.

Em seguida, os manifestantes caminharam pelas ruas da Lapa com faixas contra o aumento da tarifa. Uma delas mostrava um usuário do transporte público pulando uma catraca.

A polícia acompanhou o ato e realizou bloqueios. Várias ruas do bairro ficaram congestionadas. Por volta das 7h40, os manifestantes deixaram as vias e voltaram para o terminal. O protesto foi encerrado por volta das 8h. Segundo o MPL, cerca de 30 pessoas participaram do ato.

Em nota, o movimento afirmou que a população “não aceitará mais esse aumento” e que “os interesses do governador [Geraldo Alckmin] e do prefeito [Fernando Haddad] estão ao lado dos empresários dos transportes e seu lucro”.

O aumento foi anunciado conjuntamente pelos governos estadual e municipal no dia 30 de dezembro. Em nota, ambas as gestões defenderam o reajuste de cerca de 8,5% e afirmaram que ele é inferior à inflação, que é de 10,49%, segundo o IPC-Fipe se contada desde o último reajuste, em 6 de janeiro de 2015.

Este aumento anterior reajustou a tarifa de R$ 3 para R$ 3,50 e foi igualmente anunciado no final do ano, no dia 26 de dezembro de 2014. Foi o primeiro aumento conseguido pela Prefeitura de São Paulo e pelo governo estadual após Alckmin e Haddad recuarem do aumento de R$ 0,20 em razão dos protestos de rua de junho de 2013.

Eles defendem que diversas ações vêm sendo adotadas para beneficiar o usuário do transporte, tal como a adoção do passe livre para estudantes, o Bilhete Único Mensal, Semanal e Diário, que não sofrerão reajuste, e o Bilhete Único para desempregados no serviço de ônibus municipal.

Os usuários têm até as 23h59 desta sexta-feira (8) para recarregar os Bilhetes Únicos e continuar pagando R$ 3,50 nas passagens de ônibus, trem e metrô por mais algum tempo.

Quem recarregar o Bilhete Único Comum até esta sexta-feira continuará pagando R$ 3,50 nas passagens de ônibus, trem e metrô até o final do crédito. Já os bilhetes mensal, diário, semanal e madrugador não terão alteração de valor.

Passageiros fizeram fila nesta segunda (4) e terça-feira (5) nos postos de recarga. Segundo a SPTrans, o total arrecadado entre segunda-feira (4) e terça-feira (5) com as recargas foi de R$ 48 milhões, 23,5% mais do que nos dois primeiros dias úteis de dezembro.protesto_20160108061805

O Bilhete Único tem um limite de armazenamento de R$ 250. O valor máximo de recarga aceito em uma única vez, porém, é um pouco menor, de R$ 230. Caso o passageiro recarregue até esta sexta-feira, poderá utilizar todo esse crédito pagando o valor antigo da passagem, R$ 3,50.

Quem depositar no Bilhete Único Comum os R$ 250 máximos de crédito poderá fazer seis viagens a mais do que quem depositar essa mesma quantia a partir do sábado.

Com a mudança, a tarifa com integração entre ônibus e trilhos aumentou de R$ 5,45 para R$ 5,92. As tarifas dos bilhetes mensal, semanal, diário e madrugador permanecem congeladas.

O Bilhete Único Mensal de ônibus, que custa R$ 140, agora vai valer a pena para quem fizer a partir de 37 viagens por mês. Isso porque quem fizer 36 viagens e comprar as passagens de forma avulsa por R$ 3,80 vai gastar R$ 136,80. Na prática, quem usar o Bilhete Único Mensal “viaja de graça” a partir da 37ª viagem.

Quem vai e volta de ônibus do trabalho, por exemplo, gastará R$ 167,20 durante um mês com 22 dias úteis se comprar as passagens avulsas por R$ 3,80. O valor é R$ 27,20 a mais do que custa o Bilhete Único Mensal. O preço de R$ 140 é o mesmo para o Bilhete Único Mensal na versão trilhos (Metrô e trem).

O último aumento ocorreu em janeiro de 2015, quando Haddad autorizou que tarifa dos ônibus subisse de R$ 3 para R$ 3,50 após ficar mais de um ano congelada. Dias depois, Alckmin aumentou as passagens de trens e metrô para o mesmo valor. O Movimento Passe Livre (MPL) fez protestos contra o reajuste.

Em 2013, o aumento das tarifas do transporte público geraram protestos em junho de 2013, se espalhando para todo o país. As manifestações fizeram o prefeito e o governador de São Paulo recuarem do reajuste de R$ 3 para R$ 3,20 naquele ano.

Pichações e cartazes espalhados pela Avenida Paulista, em São Paulo, em protesto contra o aumento das tarifas de ônibus e metrô da capital paulista, que devem passar de R$ 3,50 para R$3,80 a partir do próxima dia 9 de janeiro (Foto: J. Duran Machfee/Estadão Conteúdo)
Pichações e cartazes espalhados pela Avenida Paulista, em São Paulo, em protesto contra o aumento das tarifas de ônibus e metrô da capital paulista, que devem passar de R$ 3,50 para R$3,80 a partir do próxima dia 9 de janeiro 

Pichações
Após o anúncio do reajuste das tarifas de ônibus, vários pontos amanheceram pichados para protestar contra o aumento na cidade de São Paulo. Na Avenida Paulista, além dos pontos de ônibus, os vândalos picharam algumas calçadas.

A Otima, empresa responsável pela manutenção dos pontos de ônibus, disse que “realiza manutenção de forma rotineira e que irá trabalhar na higienização dos abrigos da região”.


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