Um bancário da agência do Bradesco de Machadinho do Oeste foi vítima de sequestro relâmpago na tarde da última sexta-feira, 10 de maio, quando transitava pela rua Tancredo Neves (em uma área daquele município conhecida como “Buracão”) e foi abordado por quatro homens – em duas motos diferentes – que anunciaram o crime. Dois dos criminosos entraram no carro do bancário e mandaram ele dirigir sem tirar as mãos do volante, e nesse meio tempo exigiram da vítima a chave do cofre da agência do Bradesco, e que, para conseguir isso, realizaram até mesmo a mórbida “roleta russa”, que é deixar apenas uma bala no tambor da arma e obrigar a vítima a disparar contra sua cabeça.
Como o funcionário não é o gerente geral daquela unidade, ele não tinha acesso à chave, e por não conseguirem o que queriam, os criminosos o obrigaram a ficar apenas de cueca, com as mãos amarradas ao volante e à beira de uma estrada na zona rural de Machadinho. Após muito esforço o bancário conseguiu se soltar e pedir socorro, quando foi encontrado por sitiantes e, em seguida, apoiado por uma viatura da PM.
Nesta segunda-feira o caso foi relatado ao diretor Jonas Pinheiro, do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO) que responde pela Regional Ariquemes e que, por sua vez, ficou sabendo que mesmo após esse episódio traumatizante, o bancário foi trabalhar ontem, segunda-feira, e nesta terça-feira, já que aquela agência conta com apenas três funcionários.
O presidente do SEEB-RO, José Pinheiro, ao tomar conhecimento do caso, entrou em contato com o Regional do banco (Rondônia e Acre) e com a diretoria de Relações Sindicais da Matriz do Bradesco, exigindo que o trabalhador receba o devido tratamento e apoio da instituição.
“Um crime de natureza tão cruel abala o psicológico e o emocional de qualquer pessoa, e portanto esse trabalhador não pode, simplesmente, trabalhar nessas condições, imediatamente ao ser vítima de um crime tão traumatizante. O banco tem obrigação de oferecer não apenas o suporte de especialistas, mas também de assegurar que o bancário tenha tempo e condições, em sua casa, ou em tratamento psicológico, para se recuperar desse impacto emocional, e não ser obrigado a trabalhar (pois todos temem perder o emprego), para suprir o atendimento que é precário pela falta de funcionários na agência”, menciona Pinheiro.
Informações dão conta de que o Bradesco já enviou uma psicóloga para fazer o atendimento ao bancário, e que ela recomendou que ele receba atendimento psicológico em Ariquemes. Mas ele só poderá iniciar o tratamento na quinta-feira, quando uma funcionária retorna de férias e só depois o trabalhador será liberado, pelo banco, para seguir a Ariquemes.
“O ideal é que ele seja liberado de suas atividades imediatamente, pois sua dor e seu psicológico devem receber o devido atendimento agora, e não só quando o banco quiser. Isso seria um desrespeito com a pessoa, com a dignidade humana”, acrescenta Pinheiro.
Fonte:SEEB/RO