
Na manhã desta terça-feira (11), professores da rede estadual de ensino de Jaru se reuniram em frente à Coordenadoria Regional de Educação (CRE) como parte do movimento grevista deflagrado em todo o estado de Rondônia. A categoria reivindica quatro pontos principais que, segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado de Rondônia (SINTERO), vêm sendo ignorados pelo Governo desde o início das tratativas, em março deste ano.
Em conversa com Jaru Online, Antônio Flavio Vila Real e Sebastião Adauto França, Diretores da Regional Centro 1 Jaru, explicaram que a pauta original continha mais de 16 itens, mas foi reduzida a quatro reivindicações consideradas essenciais e urgentes pela categoria.
Os quatro principais pontos da greve:
1. Gratificação de titularidade:
Professores com pós-graduação, mestrado ou doutorado recebem, respectivamente, 15%, 20% e 25% de gratificação sobre seus vencimentos. No entanto, o Plano Estadual de Educação previa que esse percentual fosse aumentado gradativamente ao longo dos últimos 10 anos — o que não aconteceu. “O plano prevê que quem tem doutorado, por exemplo, poderia chegar a até 100% de gratificação, e isso nunca foi implementado”, explicou o professor.
2. Auxílio-alimentação defasado:
O valor atual do auxílio-alimentação para os profissionais da educação é de R$ 253, o mesmo desde 2013. Enquanto isso, servidores de outras secretarias chegam a receber até R$ 1.900. A categoria solicitou que o valor fosse reajustado para, ao menos, R$ 1.000, mas o Governo sinalizou um aumento que levaria o auxílio apenas a R$ 500. “Estamos pedindo o mínimo, considerando a defasagem de mais de uma década”, pontuou.
3. Equiparação salarial para os técnicos educacionais:
Os técnicos — profissionais que atuam em funções como secretaria, portaria, limpeza e cozinha — também estão incluídos na mobilização. Muitos desses servidores, mesmo com formação superior ou especialização, continuam recebendo como nível 1, enquanto novos contratados para os mesmos cargos já iniciam com salários superiores. A categoria exige equiparação entre os níveis e valorização dos profissionais mais antigos.
4. Retorno do vale-transporte:
Há mais de um ano, o Governo do Estado retirou o vale-transporte da categoria, e embora tenha prometido um valor de R$ 200, até agora apenas estudos técnicos foram feitos. A volta do benefício é uma das exigências do movimento grevista.
Além dos quatro pontos principais, os profissionais também reivindicam a realização de concurso público. Segundo os representantes do movimento, há quase 10 anos o Estado de Rondônia não realiza um concurso para a educação. “Os servidores estão envelhecendo e só se contratam temporários. É preciso estruturar a carreira com efetivos”, ressaltou Flávio.
Adesão e impacto
Segundo o professor, mais de 11 mil servidores da educação no estado aderiram ao movimento grevista. Em Jaru, cerca de 85% das escolas estaduais estão paralisadas, sendo que apenas algumas permanecem funcionando parcialmente com servidores contratados temporariamente — que, por contrato, não podem parar.
O movimento pede apoio também dos pais. “Alguns pais estão mandando os filhos para a escola com medo de que tenham faltas, mas é importante lembrar que, ao fim da greve, todas as faltas são abonadas e o conteúdo será revisto. Os alunos que estão indo agora terão que acompanhar tudo novamente com os colegas que ficaram em casa”, orientou o professor.
A greve é por tempo indeterminado e os educadores aguardam que o Governo do Estado abra canal de negociação para atender às reivindicações consideradas justas e essenciais para a valorização da educação em Rondônia.



