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Jaru, 29 de novembro de 2024

Gerente dispensa bolão da Mega e ‘perde’ prêmio de R$ 25 milhões

O que você faria se tivesse perdido a chance de ganhar R$ 25 milhões na Mega-Sena porque preferiu não gastar os R$ 50 que tinha para participar de um bolão, que acabou premiado? O gerente de projetos Paulo Henrique Oliveira diz ter aprendido a “lição” e desde então nunca mais deixou de apostar em jogos coletivos do concurso. Para a Mega da Virada, ele já gastou R$ 100. O sorteio acontece nesta quinta (31), e o prêmio deve passar de R$ 280 milhões, segundo a Caixa Econômica Federal.

Oliveira perdeu a grande oportunidade em 2004. “De lá para cá eu só não entro em bolão que eu não sou convidado. Os outros, de R$ 5 a R$ 100, eu participo”, diz.

O gerente de projetos trabalhava como técnico de manutenção de máquinas de cartão de crédito e atendia comércios no DF. Na véspera de um sorteio, ele fazia reparos em uma barbearia em Samambaia quando teve a chance de participar de um bolão.

“O dono da barbearia e dois barbeiros me convidaram para participar, mas quem entrou na minha cota foi um funcionário de uma padaria”, diz Oliveira. “Eu não tinha o hábito. Para mim, R$ 50 era uma grana que eu não poderia dispensar em jogo.”

Ele tinha o dinheiro, mas iria usá-lo para pagar uma conta. Os participantes do bolão compraram 100 bilhetes do jogo. O concurso, que teve duas apostas vencedoras, ofereceu R$ 51 milhões no total. O outro jogo com os seis números sorteados saiu para São Paulo.

Três dias após o sorteio, Oliveira voltou à barbearia e viu que o estabelecimento estava fechado. “Quando me falaram que eles tinham ganhado, minhas pernas ficaram moles”, relembra. “Meu estômago embrulhou, passei mal. Eu queria que não fosse verdade, mas era.”

Paulo Oliveira segura o bilhete do bolão da Mega da Virada (Foto: Arquivo Pessoal)
Paulo Oliveira segura o bilhete do bolão da Mega da Virada 

O gerente disse que tentou apagar da memória toda informação sobre o jogo “perdido”. “Não lembro se era R$ 25 milhões para cada um ou para todos. Eu não consigo precisar essa informação porque quis esquecer.”

Atualmente, Oliveira trabalha em uma empresa de tecnologia da informação que presta serviço para a Caixa Econômica Federal. Durante um ano, ele trabalhou com um projeto envolvendo loterias.

“Acho que tudo aconteceu como deveria ser. Se eu tivesse ganhado, acho que não teria a vida que tenho hoje. Minha mulher, meus filhos, meu emprego, que são o que tenho de mais valioso. Hoje tenho uma condição melhor, um emprego melhor, que me permite gastar até R$ 100 no bolão”, diz. “Agora eu aposto sempre. Já garanti o meu bilhete da Mega da Virada. Tomara que dessa vez eu tenha mais sorte.”

O dinheiro usado para participar do bolão da Mega da Virada dá para fazer 28 jogos com marcação de seis dezenas. Oliveira não acha que é o número de apostas que vai garantir o prêmio.

“Na verdade, comprando mais bilhetes, não [tem mais chance]. Mas a angústia de pensar: ‘não entrei neste bolão. E se eles ganharem?'”, afirma.


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