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Jaru, 30 de janeiro de 2025

Pesquisadores da Unir usam pele de tambaqui para cicatrização de feridas em animais

Pesquisadores da Universidade Federal de Rondônia (Unir) desenvolveram um novo estudo no campo da medicina veterinária na Amazônia: o uso da pele de tambaqui como alternativa para a cicatrização de feridas em animais. Testes feitos em cão mostraram que a recuperação foi mais rápida em comparação com tratamentos à base de medicamentos.

🐟 🔎O tambaqui é um peixe nativo da Amazônia e sua maior concentração está localizada na região Norte, especificamente no Estado de Rondônia.

O estudo foi desenvolvido pelo Departamento Acadêmico de Medicina Veterinária da Unir, no campus de Rolim de Moura (RO). A equipe busca explorar a pele do tambaqui, pois, de acordo com os pesquisadores, a espécie possui maior quantidade de colágeno, fibras espessas, gordura e proteína. Além disso, o custo de armazenamento do material seria inferior ao de outros tratamentos já utilizados.

A pele do tambaqui é utilizada pela equipe da Unir desde 2023, mas somente em dezembro de 2024 foi realizado o primeiro teste em animais. Um cão com ferimentos de mordidas no dorso e no abdômen foi submetido ao experimento.

Primeiro cão tratado com pele de tambaqui — Foto: Reprodução Unir

Primeiro cão tratado com pele de tambaqui — Foto: Reprodução Unir

De acordo com o coordenador do estudo, professor Ivan Felismino, a pele foi usada apenas nesse caso específico, pois não seria possível realizar uma cirurgia reconstrutiva devido à extensão da ferida. Com autorização do cirurgião e do tutor, a pele foi aplicada.

“Em menos de 30 dias foi obtida uma oclusão significativa da ferida, e caso não fosse realizado esse procedimento a ferida iria cicatrizar em um período acima de 90 dias”, explicou o docente.

Cão após o procedimento de aplicação da pele de tambaqui — Foto: Reprodução Unir

Cão após o procedimento de aplicação da pele de tambaqui — Foto: Reprodução Unir

O coordenador revela que a nova alternativa de tratamento também pode provocar uma diminuição do uso de produtos químicos, como pomadas cicatrizantes e analgésicos que podem gerar efeitos colaterais.

“Isso provocaria uma diminuição do descarte de embalagens desses produtos. O uso da pele que é considerada um subproduto de descarte, o que contribui para a preservação do meio ambiente”, destacou o professor.

 

O grupo de pesquisadores pretende avançar nos estudos e considera a aplicação em humanos. No entanto, ainda são necessários mais exames em laboratório com animais para que o método possa ser avaliado e, futuramente, utilizado em tratamentos para pessoas.

G1


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