A anta que foi resgatada após ser atropelada na RO-605, em Machadinho d’Oeste (RO), enquanto fugia de um incêndio florestal, será transferida para um zoológico de João Pessoa (PB).
O caso aconteceu em julho de 2023. O animal foi resgatado pelo Batalhão da Polícia Ambiental e está sob cuidados de médicos veterinários, tratadores e biólogos no Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas).
Após um longo tratamento, a anta passou por um processo de reabilitação, mas ficou com sequelas do acidente. Segundo o chefe do Cetas, Áquilas Mascarenhas, o animal não conseguiu se adaptar à natureza.
“Ela passou por um processo de fortalecimento. A gente agora vai cumprir a fase final, que é a destinação final do animal. Infelizmente, ela não conseguiu se adaptar à natureza, porque chegou aqui pequena”, disse.
Após observar que a anta não conseguiu se adaptar à natureza em Rondônia, o Cetas realizou uma análise situacional e decidiu enviar o animal para um zoológico de João Pessoa (PB).
“É um dos melhores zoológico do país e tem um espaço adequado. Lá também tem um macho que vai poder fazer um par com ela, pois ela é uma fêmea”, ressaltou.
Animais em meio aos incêndios florestais
O Cetas abriga hoje 17 animais silvestres vítimas de incêndios florestais. De acordo Áquilas Mascarenhas, nos últimos dois anos, houve um aumento no número de ocorrências de animais em processo de fuga.
A situação se agravou devido às mudanças climáticas e o aumento dos incêndios florestais em Rondônia. Ainda segundo Àquilas, durante a fuga, os animais acabam sofrendo atropelamentos e queimando as patas.
Anta resgatada de incêndio no Parque Guajará
No mês de agosto deste ano, outra anta foi resgatada por brigadistas em um dos focos de incêndio que atingiram o Parque Guajará-Mirim durante dois meses.
Mesmo depois de tratada e solta, ela voltava todos os dias como se tivesse “adotado” a base e os brigadistas como família.
Imagens gravadas pelo agente do PrevFogo, Luiz Machado, mostram a anta recebendo carinho, alimentação e interagindo com os brigadistas no acampamento montado provisoriamente durante o combate ao fogo no Parque Guajará .
O Parque é uma das maiores unidades de conservação de Rondônia e ficou em chamas durante dois meses. Dados do Painel do Fogo apontam que os incêndios criminosos destruíram mais de 73 mil campos de futebol, equivalente a 33% de toda a área.
A equipe do Prevfogo, órgão responsável pela prevenção e controle de queimadas, atuava no combate às chamas quando encontrou a anta. Além de muito assustado, o animal estava com sinais de desidratação. Ele foi resgatado e tratado por veterinários.
Após o resgate, a equipe montou um viveiro no acampamento em que estão instalados, para tratar da saúde do animal, mas ele não se adaptou. O animal foi solto em uma área do parque livre do fogo, mas retornou pelo menos 4 vezes ao dias para a base da equipe.
G1
