O ano de 2023 foi muito difícil para a população de Rondônia, Amazonas, Roraima e Acre devido à longa estiagem, considerada a maior de todos os tempos, que secou rios, inclusive o Madeira, um dos mais importantes do mundo. Na Amazônia Legal o transporte fluvial é o único meio de acesso e fundamental social e economicamente para a Região Norte. A navegação ficou comprometida e suspensa à noite durante o período de seca.
A população ribeirinha ao longo do Madeira, na ligação Porto Velho-Manaus) ficou privada de alimentos e até de água potável, pois os poços secaram, a navegação limitada com permissão de somente o mínimo de carga, além de a pressão das ONGs, ambientalistas da “Selva de Pedra”, da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que querem de todas as formas fechar a BR 319, construída na década de 70, única opção rodoviária do Amazonas e de Roraima com os demais Estados da Federação.
Durante os meses de novembro e dezembro de 2023 a situação ficou crítica em Rondônia, devido à seca prolongada. O Monitor de Secas da Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou um quadro preocupante relacionado à a seca em Rondônia prevista para 2024. A previsão é que este a estiagem poderá ser maior.
Em novembro e dezembro de 2023 foram identificadas “seca grave e extrema” principalmente em rios no Sul de Rondônia e Oeste Mato Grosso, por isso a forte seca do período devido à escassez de água nas regiões. As vazões naturais do Rio Madeira, segundo a ANA, ainda, permanecem abaixo do esperado em janeiro e fevereiro, que são considerados meses chuvosos dentro do “Inverno Amazônico”, período de chuvas diárias por cerca de seis meses.
Segundo o boletim da última semana, “as vazões naturais em janeiro foram de apenas 63% da média do mês na hidrelétrica de Jirau e 62% na usina de Santo Antônio”.
No Painel El Niño 2023-2024, disponibilizado mensalmente pela ANA no seu site oficial, estão os dados que alertam e preocupam sobre a possibilidade de uma seca maior para este ano. É possível acompanhar pelo site informações atualizadas sobre o fenômeno El Niño, que interfere no clima do mundo. Com as informações em mãos os órgãos federais e estaduais tomam decisões sobre ações a serem desenvolvidas para o controle e combate da situação
O fenômeno El Niño é caracterizado pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico. O El Niño acontece com frequência a cada dois a sete anos. Sua duração média é de doze meses, gerando um impacto direto no aumento da temperatura global.
A expectativa este ano para Rondônia não é das mais alvissareiras, quando se trata de futuro climático, pois a previsão é que poderemos ter uma seca maior que a de 2023. Portanto é necessário que nossos governantes, políticos de um modo geral e maior ênfase no Congresso Nacional, onde estão senadores e deputados federais ajudem a a população a se preparar para o futuro na Amazônia Legal com ênfase para Rondônia, parte do Mato Grosso, Amazonas e Acre.
A estupidez de não adequar a BR 319, única ligação terrestre de Porto Velho a Manaus com cerca de 900 quilômetros deve ser revista. Quem sabe o que é melhor para a região são os moradores das duas capitais e do trecho ao longo da estrada, além de os ribeirinhos, que ficam à mercê da sorte com os rios secos e sem condições de navegação.
A proposta de Estrada Parque do senador Confúcio Moura (MDB-RO) é adequada para a situação. A rodovia estaria aberta ao tráfego que deve ser fiscalizado com a devida responsabilidade que a situação requer, permitido somente das 6h às 18h e aos sábados e domingos somente para turismo.
Bom senso e responsabilidade é o mínimo que se exige dos políticos, dos governantes. É perfeitamente possível a convivência humana, animal e vegetal, desde que a “Lei” que impera no Brasil seja revista, não pelo seu teor, mas por quem tem a responsabilidade de que ela seja cumprida. O problema é estancar o “câncer” que predomina no País com o nome de uma palavra conjunta: corrupção-impunidade.