Segundo a ANA, entre novembro e dezembro do ano passado, áreas com seca grave e extrema foram identificadas nos rios rondonienses, principalmente em rios no sul de Rondônia e oeste de Mato Grosso.
Com isso, a situação diagnosticada indica uma escassez de maior de água tanto em municípios rondonienses e matogrossenses.
Ainda conforme o Monitor da Ana, as vazões naturais do rio Madeira, em Porto Velho, permanecem abaixo do esperado para o mês de janeiro e fevereiro, meses considerados os mais chuvosos no ‘inverno amazônico’.
“As vazões naturais em janeiro foram de apenas 63% da média do mês na hidrelétrica de Jirau e 62% na usina de Santo Antônio”, revelou o boletim divulgado nesta terça-feira.
O painel
Os dados da previsão de seca para Rondônia constam no Painel El Niño 2023-2024, um recurso disponibilizado mensalmente no site oficial da ANA com o objetivo de fornecer informações atualizadas sobre o fenômeno El Niño.
As informações são destinadas para apoiar os órgãos federais e estaduais na tomada de decisões relacionadas aos impactos do El Niño, como a gestão de recursos hídricos, o planejamento de medidas de adaptação e mitigação de eventos climáticos extremos, entre outros.
O documento é elaborado em colaboração com diversos órgãos nacionais responsáveis pelo monitoramento climático, regulação do uso das águas, gestão de riscos e previsão do clima e tempo, garantindo assim uma análise abrangente e integrada do fenômeno.
O que é o El Niño?
🌡Caracterizado pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico, o El Niño acontece com frequência a cada dois a sete anos. Sua duração média é de doze meses, gerando um impacto direto no aumento da temperatura global.
Ao longo de 2023 foram observadas temperaturas recordes na superfície dos oceanos por conta do El Niño. Desde maio de 2023, os registros térmicos no Oceano Pacífico Equatorial subiram de 0,5 °C acima da média para cerca de 1,5 °C acima da média em setembro.
Segundo o International Research Institute for Climate and Society, os dois fenômenos, El Niño (EN) e La Niña (LN), têm as seguintes características:
- tendem a se desenvolver entre abril e junho
- atingem o pico entre outubro e fevereiro
- duram entre 9 e 12 meses,
- podem persistir por até aproximadamente 2 anos
- recorrem em intervalos de 2 a 7 anos
Ou seja, acontecem de maneira alternada e periódica, com um período de neutralidade entre eles. Para determinar que um dos dois fenômenos está em curso é preciso haver persistência na alteração de temperatura no Oceano Pacífico por, pelo menos, cinco ou seis meses de registros de altas ou quedas para que um dos fenômenos se consolide de fato.
O El Niño é a fase positiva do fenômeno chamado El Niño Oscilação Sul (ENOS). Ou seja, quando ele está em atuação, o calor é reforçado no verão e o inverno é menos rigoroso. Isso ocorre porque ele dificulta o avanço de frentes frias no país, fazendo com que as quedas sejam mais sutis e mais breves.
O ar se torna mais seco e passa a circular para baixo, o que dificulta a formação de chuva e está associado a períodos de secas.
Impacto do El Niño no inverno de cada região brasileira — Foto: Arte/g1
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