O dólar opera em alta de mais de 1% em relação ao real nesta quarta-feira (16), após o governo decidir reduzir a sua meta de superávit primário, apesar da resistência do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e antes da sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) que analisará a tramitação do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, de acordo com a agência Reuters.
Às 9h09, subia 1,8%, a R$ 3,9464.
Às 9h29, subia 1,89%, a R$ 3,95.
Às 9h50, subia 1,65%, a R$ 3,9408.
Às 10h, subia 1,63%, a R$ 3,9399.
Às 10h39, subia 1,54%, a R$ 3,9364.
Às 10h59, subia 1,42%, a R$ 3,9316.
Às 11h39, subia 1,45%, a R$ 3,933.
A última vez que a moeda fechou perto de R$ 3,95 foi no dia 21 de outubro, quando foi cotada em R$ 3,9430 ao final da sessão. O dólar fechou em seu maior valor no dia 23 de setembro, quando atingiu R$ 4,1461.
“A redução da meta fiscal enfraquece cada vez mais o Levy. A permanência dele no governo parece estar com as horas contadas”, disse o operador da corretora SLW João Paulo de Gracia Correa à agência Reuters.
Ele acrescentou que o mercado deve operar volátil também antes da esperada alta dos juros norte-americanos após o fechamento dos negócios, a primeira em quase uma década.
Na noite passada, o relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2016, deputado Ricardo Teobaldo (PMB-PE), afirmou que vai alterar, a pedido do governo, a meta de superávit primário do setor público consolidado para cerca de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) e permitir que objetivo seja zerado com abatimentos.
Levy já havia se manifestado abertamente muitas vezes contra a mudança e até ameaçou, nos bastidores, deixar o cargo caso a meta fosse alterada. O ministro vem encabeçando a campanha pela austeridade fiscal e investidores entendem sua eventual saída do governo como um sinal de mais atrasos no reequilíbrio das contas públicas.
O movimento nos mercados era acentuado pela ansiedade antes da sessão do STF que decidirá sobre o rito do processo de impeachment contra Dilma. De maneira geral, a campanha pelo afastamento da presidente tem sido bem recebida nos mercados, mas muitos se preocupam com os impactos econômicos da incerteza política.
Completava o quadro de cautela a aguardada reunião do Federal Reserve, banco central norte-americano, que termina após o encerramento dos negócios. Operadores dão como certo que o encontro resultará na elevação dos juros e operadores afirmam que a reação dos mercados dependerá da sinalização do Fed sobre os próximos aumentos.
“Eu acredito que ele deve reforçar que vai ser bastante cauteloso com as próximas altas e isso pode evitar altas mais fortes do dólar”, disse o operador da corretora B&T Marcos Trabbold.
Véspera
Na véspera, o dólar caiu 0,25%, a R$ 3,8765, após subir nas três últimas sessões e acumular avanço de 4%. No mês de dezembro, o dólar acumula perda de 0,23%. Em 2015, no entanto, sobe 45%.
Intervenção do BC
Pela manhã, o Banco Central deu sequência à rolagem dos swaps cambiais que vencem em janeiro, com oferta de até 11.260 contratos, que equivalem a venda futura de dólares. Até agora, a autoridade monetária já rolou o equivalente a US$ 6,565 bilhões, ou cerca de 61% do lote total, que corresponde a US$ 10,694 bilhões.