O acidente aéreo aconteceu em Vilhena no dia 29 de julho, perto da divisa com o município de Comodoro (MT). Os corpos de Garon e Francisco Veronezi Maia foram encontrados no dia seguinte, após uma intensa busca feita por bombeiros e funcionário de uma fazenda.
Conforme revelou o g1, os destroços da aeronave estavam numa área de mata, seis quilômetros depois do último registro captado pelo radar.
De acordo com informações do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), os trabalhos relativos a ocorrência do acidente ainda estão em andamento e não há previsão para ser finalizada.
O Cenipa afirma que o foco desse trabalho não é encontrar culpados para punir, mas ‘aprender com o acidente’, e se necessário, melhorar para “prevenção de futuros acidentes”.
“A investigação de acidente aeronáutico é de grande importância para melhorar o máximo possível a segurança de voo, seja militar ou civil”, diz.
Local onde avião sumiu no radar e ponto onde destroços estavam — Foto: Reprodução/Flightradar24
Queda misteriosa
O acidente com o bimotor aconteceu cerca de oito minutos depois do avião decolar do aeroporto de Vilhena.
De acordo com Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o avião que caiu em Vilhena é um Beechcraft Baron G58, fabricado em 2011, e tinha permissão para transportar até cinco passageiros, mas naquele voo só estava Garon e o filho.
A aeronave também tinha autorização para voos noturnos, inclusive estava registrado na categoria de serviços aéreos privados.
Consultores de aviação ouvidos pela reportagem acreditam que pelo fato do bimotor não ter sido achado no mesmo ponto onde desapareceu no radar, a maior suspeita do acidente é de falha mecânica.
O que o Cenipa busca saber?
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) na mesma semana do acidente as investigações sobre a queda do avião.
Para confirmar os fatores que podem ter contribuído para o acidente aéreo, várias análises são feitas, como:
- fazer uma perícia nos destroços do avião;
- ouvir testemunhas da decolagem e pouso;
- recuperar documentos, dados de inspeções técnicas e de manutenção;
- e checar a qualidade do combustível usado na operação.
Menino pilotando avião
Um vídeo divulgado nas redes sociais na semana do acidente mostra o menino Francisco Veronezi Maia, de 11 anos, pilotando um avião bimotor ao lado do pai, Garon.
A gravação divulgada nas redes sociais foi feita pelo pai do menino. Garon estava sentado no banco do copiloto, quando o bimotor está alinhado para decolagem numa pista de terra, numa área rural.
O homem então instrui a criança, pergunta se está tudo certo, sem obstrução à frente da aeronave, e pede para ele acelerar o bimotor. “Peraí, tudo pronto? Nada na frente, tá ok. Vamos lá, 600 cavalos, pode empurrar. 600 Kikão, vai. Nossa senhora. Mão na manete, mão na manete. Fica com a mão aí e olha a velocidade”, diz Garon.
O vídeo do garoto filmado pilotando um avião, ao lado do pai aconteceu com alerta de proximidade ao solo.
A mensagem orienta o piloto a subir o avião, de forma a ganhar altitude. O homem ao lado filma esse momento e tapa com a mão o prefixo no painel, de forma a impedir a identificação da aeronave.
Na mesma gravação, o pecuarista aparece bebendo uma cerveja enquanto o menino manuseia sozinho o manche do avião. “O passageiro pode tomar uma, né Kiko?”, pergunta ao garoto.
Garon Maia tinha 42 anos e seu filho, Francisco Veronezi Maia, 11. Os corpos deles foram sepultados nesta terça-feira (1°) em Campo Grande.
Destroços do avião após acidente — Foto: Reprodução
G1