Em apenas uma semana, todo o jogo da sucessão estadual, que estava se desenhando, pode ter ido por água abaixo. Depois da condenação de Acir Gurgacz que o tira, ao menos por enquanto, da disputa pelo Governo, em outubro, na sexta explodiu outra bomba: Confúcio Moura pode desistir de sua candidatura ao Senado e ficar onde está até 1º de janeiro de 2019. Com isso, seu vice, Daniel Pereira, não assumiria o comando do Estado em 5 de abril, como estava acertado entre ambos e, se decidisse ser candidato à sucessão de Confúcio, o faria sem o apoio do seu parceiro atual de governo. Pior: fora do poder. O motivo foi uma discussão que o Governador e seu vice tiveram essa semana, Não foi daquelas em que pode haver rompimentos e ressentimentos, mas também não foi tão passageira que caísse no esquecimento no dia seguinte. Confúcio, extremamente pressionado por seu partido, o MDB, já que seus companheiros andam reclamando muito da movimentação de Daniel Pereira, que estaria, segundo eles, exagerando em sua caminhada em direção ao poder e agindo como se já fosse o Governador (isso foi dito por um membro importante do comando emedebista), não teria topado uma exigência de Daniel. O novo pedido estaria fora do acordo inicial entre ambos, para que o atual Governador deixasse o cargo, para que o vice assumisse durante nove meses. A ríspida conversa entre ambos foi assistida por pessoas muito próximas ao centro do poder e, na hora, pareceu que a decisão anunciada por Confúcio seria definitiva. Não é. Ainda. Mas pode ser sim, caso não haja um acordo nesta próxima semana e vençam os que colocam gasolina na fogueira e não os que nela estão jogando água.
Um importante aliado de Confúcio Moura disse que se a decisão final sobre se ele vai disputar o Senado ou ficar onde está, fosse neste final de semana, o Governador estaria fora da disputa e continuaria no cargo. Mas, é claro, não se fecha porta na política, mesmo que surjam eventuais desentendimentos. O que se pode dizer, com clareza, é que o que deixou a turma de Confúcio com o cabelo em pé, principalmente a nata do MDB, foi o que eles consideram como uma exagerada mobilização de Daniel Pereira, que, segundo se ouviu, deveria recolher os flaps e não interferir no poder ou fazer mais exigências, como estaria fazendo. A coisa se complica em termos de muita pressão sobre o Governador, porque seu partido tem um candidato, o presidente da Assembleia, Maurão de Carvalho e perderá espaço para o PSB e a turma de Daniel. Com todo esse quadro, segundo pessoas próximas a Confúcio, Daniel Pereira cometeu erros primários. O caso em que saiu da Vice Governadoria um documento exonerando o comandante da PM, teria sido o estopim para a crise. E agora? Confúcio fica ou vai ao Senado? E Daniel Pereira, como enfrentará a situação? Essa sucessão está virando um filme daqueles de Hitchcock. A cada dia, aparece uma novidade de arrepiar todos os cabelos. Suspense total!
GURGACZ ESPERANÇOSO
Também no lado do pré candidato do PDT, por enquanto fora da disputa, tem novidades. Acir Gurgaz postou nas redes sociais um vídeo emocionado, protestando contra a condenação pela 1ª Turma do STF e garantindo que vai ser absolvido pela pleno do STF. No vídeo, Acir diz que, no processo contra ele, toda a operação feita pela Eucatur foi legal; que todo o empréstimo feito junto ao Basa foi pago religiosamente; que todos os requisitos do contrato foram cumpridos e que o que houve com ele foi uma grande injustiça, que ele quer ver corrigida no recurso que está fazendo ao pleno do Supremo Tribunal Federal. Guarcaz conta ainda, no rápido vídeo postado nas redes sociais acesse neste link: que foi o único condenado, já que todos os demais processados no caso, tanto da Eucatur quanto do Basa, foram absolvidos. Entre os partidários do senador do PDT, há claro preocupação pela condenação, mas muita esperança de que ele consiga uma vitória no pleno do STF e possa concorrer ao Governo, em outubro.
BR MATOU 650 EM OITO ANOS
Foi mais que um pronunciamento de um parlamentar. Foi um desabafo, um pedido de socorro! O deputado Luizinho Goebel, que representa o Cone Sul do Estado na Assembleia e é um parlamentar extremamente atuante, protestou, na tribuna, contra as 650 mortes contabilizadas na BR 364, apenas no trecho Vilhena a Porto Velho, nos últimos oito anos. Usando o jornal Folha do Sul como fonte, Luizinho lembrou de todas essas vidas perdidas numa rodovia abandonada, esburacada, cada vez mais perigosa. Testemunha ocular das tragédias, ele contou: “esses dias, em pouco mais de 700 quilômetros, presenciei cinco acidentes, quando vinha de Vilhena para Porto Velho. E fiquei me perguntando, como que um País que tem tudo para crescer, fica apenas retroagindo? ”, teorizou. Luizinho foi mais uma voz que se une aos protestos contra a situação da BR 364. E cobrou ação da bancada federal. “Cadê a nossa bancada federal para cobrar essas melhorias? Já fizemos nota de repúdio, já cobramos posição do Ministério dos Transportes e nada foi feito. Não sei mais a quem recorrer”, lamentou.
OPERAÇÃO TAPA BURACOS
Por coincidência, logo em seguida ao pronunciamento de Goebel, o senador Ivo Cassol e o deputado federal Luiz Cláudio postaram um vídeo anunciando que a buraqueira da BR 364 começa a ser fechada a partir de agora e até julho, os principais trechos problemáticos estarão consertados. Segundo a dupla, eles estiveram, junto com outros representantes da bancada federal , numa reunião com o ministro dos Transportes, Mauricio Quintella, quando foram informados que a licitação para a recuperação da BR-364 já foi realizada e as obras começam o mais rápido possível. “Pedimos prioridade para o trecho entre Jaru e Ariquemes e o de Ouro Preto a Pimenta Bueno”, disse Cassol, lamentando que o atraso na obra tenha sido porque, mais uma vez, a empresa vencedora da concorrência desistiu de realizar o serviço. Agora, a contratação será emergencial e, segundo Cassol e Luiz Claudio, o serviço vai acontecer com a maior rapidez possível. Será apenas um paliativo, é claro, mas ao menos é uma ação objetiva para amenizar os graves perigos da rodovia que já matou seis centenas e meia de pessoas em apenas oito anos.
TERRA SEM LEI
Não importam os motivos. É crime interromper uma rodovia e proibir o direito de ir e vir das pessoas. Não interessa qual seja a luta, o mote, a reivindicação. Se esse país fosse sério e as autoridades tivessem vergonha na cara, esse tipo de protesto seria absolutamente coibido, para cumprir nossas leis e nossa Constituição. O problema é que as leis são aplicadas de acordo com a cara do freguês e dos interesses ideológicos em jogo. Os moradores da região de Abunã têm todo o direito de reivindicar o que acharem que devem, inclusive o de exigir as compensações da hidrelétrica de Jirau, mas não têm o direito de interromper a BR 364 ou qualquer outra rodovia, como fizeram nesta sexta e em outras oportunidades. Não só eles, como outros grupos que, vez por outra, decidem interromper nossa única ligação com o Acre e com o centro–sul do país, estão cometendo crime e como tal devem ser responsabilizados. Não tem desculpa! Não se resolve uma injustiça praticando algum delito. E fechar rodovias, ao menos para as leis que valem para a maioria dos brasileiros, é crime. Ponto final!
UMA INJUSTIÇA INOMINÁVEL
É o terror, quando a máquina judicial não funciona com perfeição, podendo destruir a vida de inocentes. O caso do vendedor Atercino Lima Filho, ocorrido em São Paulo, é um dos mais terríveis, pela crueldade e pela condenação de um inocente. Atercino foi acusado pela ex mulher, de quem se separou em 2002, de ter abusado sexualmente dos dois filhos, quando eles eram crianças. Em 2017, ele foi condenado a 27 anos de prisão, mesmo depois de ambos os filhos, agora já adultos, terem declarado em cartório, em 2012, que jamais foram abusados pelo pai. Eram obrigados pela mãe, vingativa, a fazerem denúncias falsas. Todos os recursos do vendedor foram negados e as declarações dos filhos o inocentando foram ignoradas, inclusive no Supremo Tribunal Federal, quando a ministra Rosa não aceitou as objeções dos filhos e manteve a sentença. Quem salvou a vida do presidiário, que já estava há um ano na cadeia, foi um grupo de americanos, que criou o Innocent Projetc, para tirar da cadeia pessoas inocentes. Eles deram dinheiro, contrataram advogados e reabriram o caso. Por fim, no STF, ele foi absolvido por unanimidade. Um caso extremamente triste e lamentável! Ah, a mãe mentirosa, até agora, sequer foi processada.
ANALFABETOS DEMAIS!
É uma espécie de tragédia, entre tantas que atingem em cheio a educação não só em Rondônia, mas no Brasil inteiro. Um em cada quatro brasileiros, ou seja, 25 por cento da população, podem ser considerados analfabetos funcionais, que são aqueles que conseguem escrever o nome e algumas frases, mas não consegue interpretar o que lê. Se isso fosse real, dos 207 milhões de brasileiros, pelo menos 51 milhões de pessoas estariam nessa situação. Em Rondônia, nossos números não são melhores. Temos, por exemplo, segundo dados da pesquisa nacional sobre Educação Básica, nada menos do que 130 mil pessoas que sequer sabem escrever o próprio nome. E ainda o mesmo estudo aponta que são 270 mil os rondonienses que podem ser considerados analfabetos funcionais, o que representa algo em torno de 15 a 17 por cento da população do Estado. Embora seja um número menor do que a média nacional, é ainda muito preocupante. Temos que priorizar o combate ao analfabetismo total e ao analfabetismo funcional. E isso não se consegue sem dinheiro, planejamento e muita dedicação dos gestores da educação e dos professores. Mãos à obra, portanto.
PERGUNTINHA
A oito meses das eleições de outubro, você já escolheu algum nome para votar, entre os que estão sendo citados ou está mais perdido do que cachorro que caiu da mudança?
Fonte:Sérgio Pires