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Jaru, 22 de novembro de 2024

Desocupação do Parque Guajará-Mirim completa uma semana com 8 prisões e 100 acampamentos destruídos

operação Mapinguari para desocupar o Parque Guajará-Mirim (RO) completou uma semana nesta segunda-feira (21). Em sete dias, segundo balanço obtido pela Rede Amazônica, oito invasores foram presos na região e mais de 100 acampamentos foram destruídos.

O Parque Guajará-Mirim tem cerca de 200 mil hectares, e a área conhecida como Bico do Parque vinha sendo destruída por constantes desmatamento e queimadas.

A ação para retirada de desmatadores iniciou no dia 14 de agosto e cerca de 25 famílias deixaram imediatamente o parque, de forma voluntária. Na região já foram apreendidas armas de fogo e estruturas de rede elétrica.

Durante uma semana, os agentes identificaram vários acampamentos construídos ilegalmente na área de proteção ambiental. Em alguns deles havia galinheiros e canteiros de horticultura.

Cerca de 100 estruturas precisaram ser inutilizadas, sendo que na maioria dos casos foi necessário o uso do fogo para total destruição.

Acampamento é destruído em operação no Parque Guajará-Mirim — Foto: Rede Amazônica

Acampamento é destruído em operação no Parque Guajará-Mirim — Foto: Rede Amazônica

A operação Mapinguari deve seguir até o início de setembro, mas a fiscalização e proteção da reserva estadual será permanente, segundo ressaltou Pablo Hernandez Viscardi, promotor do MP-RO e coordenador do Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente, Habitação, Urbanismo, Patrimônio Histórico, Cultural e Artístico (Gaema).

A operação Mapinguari mobiliza ao menos 300 homens e vários órgãos fiscalizadores. De acordo com a justiça, a maioria dos invasores do parque são do distrito de Jacinópolis.

A retiradas dos invasores tem o auxílio de vários órgãos, como MPRO, s Polícias Civil, Militar e Ambiental (BPA), Secretaria de Desenvolvimento Ambiental (Sedam), Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril (Idaron), Secretaria de Ação Social (Seas), Departamento de Estradas de Rodagens (DER), Bombeiros, Exército Brasileiro, servidores da Secretaria de Assistência Social e Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO).

Acampamento incendiado durante operação Mapinguari no Parque Guajará-Mirim — Foto: Rede Amazônica

Acampamento incendiado durante operação Mapinguari no Parque Guajará-Mirim — Foto: Rede Amazônica

Gado livre

 

Em um sobrevoo realizado na semana passada, a reportagem da Rede Amazônica flagrou dezenas de hectares desmatados e gado circulando livremente no Parque Estadual Guajará-Mirim.

As imagens do alto mostram várias clareiras e um rastro de destruição da natureza. Em uma das áreas é possível ver toras de madeira que não foram totalmente destruídas após a ação das queimadas (veja abaixo).

Imagens mostram criação de gado e desmatamento no Parque Estadual Guajará-Mirim
Imagens mostram criação de gado e desmatamento no Parque Estadual Guajará-Mirim

Em uma semana de operação, mais de 2 mil bovinos foram encontrados transitando no parque, apenas nos primeiros dias da operação Mapinguari.

De acordo com a Idaron e governo de Rondônia, o gado está sendo retirado do parque, mas não apreendido.

“Não há apreensão de nenhum animal das fazendas fiscalizadas, sendo realizado tão somente procedimentos administrativos, de reunião e conferência dos animais, considerando a constatação de movimentação do rebanho sem documentação”, afirmou em nota.

O estado também reiterou que as pessoas que estavam sem autorização na área “foram autuadas, por conta da falta de documentação pertinente quanto ao trânsito dos animais, bem como pelos órgãos de fiscalização ambiental da operação”.

Criação de gado no Parque Guajará — Foto: Reprodução/Rede Amazônica

Criação de gado no Parque Guajará — Foto: Reprodução/Rede Amazônica

G1

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