Segundo a psicóloga rondoniense de políticas públicas, Anne Cleyanne, pais excessivamente controladores são aqueles que priorizam seus egos e interesses pessoais e anulam os de seus filhos.
“Geralmente são pessoas que replicam os comportamentos dos seus pais, como cobranças excessivas. Outro motivo é a falta de habilidades emocionais”, explica a especialista.
Esse comportamento de “vontade própria” frequentemente resulta na negação do bem-estar e da própria existência dos filhos.
Anne também explica que condições patológicas podem ser desenvolvidas por aqueles que assumem o papel de cuidadores, como a de “pais narcisistas” e a “síndrome de Munchausen”, são colocados em grande sofrimento psíquico.
Principais sinais
Segundo a psicóloga, esses comportamentos podem ser identificados a partir da forma como os pais ou cuidadores tratam os filhos. Alguns deles são:
- Não respeitam o intelecto e consentimento dos filhos;
- Invadem a privacidade;
- Querem gerenciar a vida dos filhos;
- Estimulam a dependência emocional;
- Ficam com raiva com imposição de ideias vindo dos filhos;
- Não deixar o filho tomar suas próprias decisões;
- Comparações tóxicas com outras pessoas;
- Costumam elogiar pouco e cobrar mais;
- Filhos se sentem culpados de algo.
O cuidado saudável, no máximo, gera uma irritação daquele que está sendo educado, visto que é natural que filhos discordem de seus pais em algum momento. No entanto, quando os sentimentos, palavras, pensamentos, ideias e preferência do indivíduo são constantemente questionadas e jamais respeitadas, isso indica que uma relação de domínio excessivo foi estabelecida, explica a especialista.
“Na relação com pais controladores não existe diálogo e nem meio termo nas conversas, o indivíduo [filho] fica o tempo todo tenso, duvidando de sua capacidade. Só é aceito se fizer o que os pais querem”, explica Anne.
De acordo com a psicóloga, aqueles que vivenciam a presença de pais controladores frequentemente desenvolvem uma excessiva autocobrança, tornam-se emocionalmente dependentes em outros relacionamentos, ficam suscetíveis à manipulação, podem se mostrar passivos/agressivos, carregam uma sensação constante de culpa e apresentam uma predisposição para transtornos de humor.
Anne também destaca que os princípios do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) devem ser respeitados. Crianças e adolescentes são seres em desenvolvimento, que precisam ser guardados, orientados e protegidos.
O diálogo e a escuta são as formas mais saudáveis de criar uma pessoa. Levando sempre em consideração suas emoções, consentimentos, tristezas, choros. Auxiliar a criança ou adolescente na resolução de seus problemas em vez de minimizá-los e desconsiderá-los é o caminho a seguir.
Caso Larissa
Larissa optou por romper a relação com os pais e abrir mão de um patrimônio avaliados em R$ 18 milhões. Depois da repercussão do caso, o assunto sobre ‘pais controladores’ está entre os temas mais debatidos nas redes sociais.
Internautas expõem nas redes sociais opiniões sobre pais controladores — Foto: Redes sociais
Na internet, internautas compartilham suas vivências pessoais como filhos de pais controladores. Nos relatos, pessoas descrevem os desafios emocionais e a luta por independência após crescerem em um ambiente de controle rígido.
Em entrevista exibida no domingo (13), a atriz e cantora falou pela primeira vez sobre o rompimento com os pais, que administraram todo o caminho profissional dela até aqui.