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Jaru, 22 de novembro de 2024

Avião que caiu com pecuarista e filho tinha caixa-preta? Entenda

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) iniciou as investigações do acidente aéreo que resultou na morte do pecuarista Garon Maia Filho e do filho, Francisco Veronezi Maia, de 11 anos.

Todas as evidências que podem ser usadas na investigação já foram retiradas da aeronave, no entanto um fato deve ‘prolongar’ os trabalhos: isso porque o bimotor não era obrigado a ter caixa-preta.

Segundo o Regulamento Brasileiro de Homologação Aeronáutica, da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), as aeronaves leves não são obrigadas a utilizar sistemas de gravação de dados ou vozes da cabine durante o voo.

Ao g1, o piloto de aviação Geanderson Maia, explicou que as caixas-pretas são obrigatórias apenas em aeronaves que fazem voos comerciais, os chamados ‘aviões de alta performance‘. Nesses aviões domésticos as caixas-pretas são importantes por registrarem dados de viagem, inclusive áudios dos pilotos, e são fundamentais na investigação de acidentes aéreos.

“Em aviões de pequeno porte, como esse Beechcraft Baron 58 que caiu em Vilhena (RO), não existem esses equipamentos instalados”, afirma o piloto.

 

Avião bimotor que caiu em Vilhena foi fabricado em 2011 — Foto: Reprodução

Avião bimotor que caiu em Vilhena foi fabricado em 2011 — Foto: Reprodução

Para confirmar os fatores que podem ter contribuído para a queda do avião do pecuarista em Vilhena (RO), a Força Aérea Brasileira deve adotar algumas ações, como:

  • fazer uma perícia nos destroços do avião;
  • ouvir testemunhas da decolagem e pouso;
  • recuperar documentos, dados de inspeções técnicas e de manutenção;
  • e checar a qualidade do combustível usado na operação.

 

Segundo o Corpo de Bombeiros, a aeronave das vítimas bateu violentamente contra as árvores, perto de um local conhecido como Cachoeira das Cavernas. O acidente com o bimotor aconteceu cerca de oito minutos depois do avião decolar do aeroporto de Vilhena.

Houve um forte impacto e moradores da região ouviram o estrondo. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o avião que caiu em Vilhena é um Beechcraft Baron G58, fabricado em 2011, e aeronave tinha permissão para transportar até cinco passageiros.

A aeronave também tinha autorização para voos noturnos, inclusive estava registrado na categoria de serviços aéreos privados. A situação de aeronavegabilidade também estava normal.

Menino pilotando avião

 

Um vídeo divulgado nas redes sociais nesta semana mostra Francisco Veronezi Maia, o menino de 11 anos, pilotando um avião bimotor ao lado do pai Garon.

O bimotor que aparece sendo conduzido pelo menino seria o mesmo que caiu no sábado (29) numa área de mata fechada em Vilhena, na divisa entre Rondônia e Mato Grosso.

A gravação divulgada nas redes sociais foi feita pelo pai do menino. Garon estava sentado no banco do copiloto, quando o bimotor está alinhado para decolagem numa pista de terra, numa área rural.

O homem então instrui a criança, pergunta se está tudo certo, sem obstrução à frente da aeronave, e pede para ele acelerar o bimotor. “Peraí, tudo pronto? Nada na frente, tá ok. Vamos lá, 600 cavalos, pode empurrar. 600 Kikão, vai. Nossa senhora. Mão na manete, mão na manete. Fica com a mão aí e olha a velocidade”, diz Garon.

O vídeo do garoto filmado pilotando um avião, ao lado do pai aconteceu com alerta de proximidade ao solo.

A mensagem orienta o piloto a subir o avião, de forma a ganhar altitude. O homem ao lado filma esse momento e tapa com a mão o prefixo no painel, de forma a impedir a identificação da aeronave.

Local onde avião caiu com pecuarista e o filho, na divisa entre RO e MT — Foto: Arte g1

G1


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