Nos últimos 12 meses, o preço do ovo de galinha registrou a maior alta em uma década no Brasil, subindo mais de 20%. Esse aumento é cerca de sete vezes maior do que a inflação oficial do país, que atualmente está em torno de 3%. Conhecido por sua versatilidade e por ser um coringa no cardápio dos brasileiros, o ovo está se tornando menos acessível para os consumidores devido aos constantes aumentos de preço.
Segundo o levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o preço do ovo de galinha teve um acréscimo de aproximadamente 23% em apenas um ano. No mesmo período, as carnes e o frango apresentaram reduções de preços, com quedas de aproximadamente 6,73% e 3,94%, respectivamente.
O aumento no preço do ovo é explicado pela redução da produção dos produtores, motivada pelo aumento do custo da ração. Além disso, houve um aumento nas exportações de ovos devido a casos de gripe aviária em alguns países. Com a produção menor no mercado interno e a crescente demanda externa, a oferta e a procura ficaram desequilibradas, resultando em um cenário em que a oferta é menor que o consumo no Brasil.
Outros setores são influenciados por efeito cascata
Essa alta nos preços dos ovos também gera um efeito cascata em diversos setores. Em cidades como Curitiba, os preços da dúzia de ovos aumentaram significativamente nos últimos 12 meses. O produto, que antes era vendido a menos de R$ 8, agora chega a custar R$ 15 em algumas feiras. Essa realidade afeta diretamente os consumidores, que têm dificuldade em conseguir descontos e acabam tendo que arcar com os preços mais elevados.
Setores como panificadoras também são impactados, uma vez que muitos produtos utilizam ovos em suas receitas. Com o aumento do custo, algumas panificadoras precisaram repassar parte desse acréscimo aos clientes, resultando em um provável aumento nos preços dos produtos no futuro. A auxiliar de confeiteira, Francielle Bello, destaca que o aumento no preço dos ovos foi significativo em comparação com outros insumos, o que coloca uma pressão extra no setor alimentício.
O liberal