Jaru Online
Jaru, 30 de novembro de 2024

Turismo de brasileiros é proibido em cidade da Bolívia após protesto contra novo código penal

O turismo de brasileiros foi proibido temporariamente na cidade boliviana de Guayaramerín, na fronteira com o estado de Rondônia. A proibição ocorreu depois que moradores da Bolívia fizeram um protesto político, na terça-feira (9), contra a reforma feita no código penal do país vizinho.

Nesta quarta-feira (10), a travessia de turistas brasileiros e bolivianos foi temporariamente proibida nos Portos Oficiais de Guajará-Mirim (RO), pelo Rio Mamoré, a cerca de 330 quilômetros da capital Porto Velho.

Com a suspensão das viagens, somente os brasileiros que estavam no território boliviano receberam autorização para voltar ao Brasil. Além dos turistas, outro público que foi afetado diretamente foi os trabalhadores e estudantes de medicina, que não tiveram como atravessar o Rio Mamoré.

Ao G1, o agente consular da Bolívia, Rolando Lujan, falou sobre a situação no país vizinho. Segundo ele, o consulado não apoia o protesto porque entende se tratar de um movimento político contra o governo do presidente Evo Morales.

“Este protesto é uma jogada política de um grupo de profissionais que se sentiram atingidos e não apoiamos esta forma de pensar”, declarou Rolando sobre o protesto contra o código penal aprovado.

Impacto no turismo e comércio local

Na manhã desta quarta-feira, centenas de turistas brasileiros que pretendiam cruzar para o lado boliviano foram pegos de surpresa com o comunicado de que não poderiam fazer a viagem até que a paralisação seja suspensa oficialmente.

Os turistas bolivianos que queriam vir para o Brasil também foram impedidos de cruzar a fronteira.

Barcos que fazem travessia entre Brasil e Bolívia não circularam hoje (Foto: Júnior Freitas/G1)Barcos que fazem travessia entre Brasil e Bolívia não circularam hoje (Foto: Júnior Freitas/G1)

Barcos que fazem travessia entre Brasil e Bolívia não circularam hoje (Foto: Júnior Freitas/G1)

A medida acabou prejudicando também os comerciantes locais de Guajará, pois boa parte dos clientes são bolivianos que cruzam a fronteira para comprar nas lojas brasileiras, tendo em média pelo menos 200 turistas estrangeiros circulando no centro da cidade diariamente.

O professor Deílson Trindade, que mora na cidade Parintins (AM), conta que foi com um grupo de amigos até Guajará-Mirim somente para cruzar a fronteira e conhecer a Bolívia, mas acabou tendo os planos frustrados.

“Nossa expectativa era chegar e atravessar, mas infelizmente houve esse problema. Decidimos esperar e pousar na cidade até quinta-feira (11) para seguir o cronograma de passeio e turismo”, disse o viajante.

O bancário Audir Malaquias Santos, saiu de São José dos Campos (SP) para conhecer a família da esposa e também planejava ir à Bolívia.

“Íamos para conhecer um pouco da culinária e cultura, mas fomos avisados agora de que não dá para ir. Vamos deixar para outra oportunidade quando eu voltar a Rondônia”, diz o turista.

Travessia

A única empresa responsável pelo serviço de transporte fluvial de passageiros entre Brasil e Bolívia informou que foi notificada formalmente pelo Consulado Boliviano sobre a manifestação no país e fixou um comunicado no balcão de venda de passagens.

Assim que recebeu a notificação, a empresa suspendeu imediatamente o serviço, pois existe o risco de os passageiros e as embarcações ficarem detidas pelas autoridades bolivianas.

Empresa fixou cartaz informando sobre proibição de travessia (Foto: Júnioir Freitas/G1)Empresa fixou cartaz informando sobre proibição de travessia (Foto: Júnioir Freitas/G1)

Empresa fixou cartaz informando sobre proibição de travessia (Foto: Júnioir Freitas/G1)


COMPARTILHAR