Uma brincadeira de mau gosto causou pânico entre os passageiros de um ônibus que fazia a linha Sanga Funda, na zona norte de Pelotas (253 km de Porto Alegre), no sul gaúcho, na tarde de terça-feira (8).
Vestido com uma túnica branca, um homem empunhou uma falsa bomba e gritou que explodiria o coletivo. Houve correria e muitos pertences dos usuários foram deixados para trás. Alguns passageiros se machucaram. Já o “brincalhão” foi preso e liberado depois de pagar fiança.
O ônibus da empresa Conquistadora estava cheio no momento do ocorrido. Era o meio da tarde, e a maioria dos passageiros era composta por mulheres e crianças. Conforme testemunhas relataram à polícia, o homem estava em pé no corredor do coletivo e chamava a atenção de todos devido às suas vestimentas.
Em determinado momento, ele tirou de dentro da mochila que carregava um simulacro de bomba, feita com tubos alaranjados para parecer com dinamite e um relógio digital. Nesse momento, o homem gritou que iria “explodir o veículo e matar a todos”.
As pessoas que estavam próximas a ele levantaram e deixaram o coletivo correndo. Outras, ainda tomadas de surpresa, não sabiam o que estava acontecendo. Houve gritaria e empurra-empurra. Uma menina machucou o pé. Uma gestante teve que ser auxiliada a descer do veículo, enquanto outros passageiros se pisoteavam.
Ao notarem que a ação era uma farsa, testemunhas renderam o falso terrorista até a chegada da polícia, que o encaminhou ao plantão da DPPA (Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento) de Pelotas.
“O impressionante é que era para ser uma brincadeira, mas algo muito infeliz. Acabou ocasionando tumulto na vida de todos os passageiros, expondo, inclusive, a vida de quem estava brincando. Se tivesse algum policial armado dentro do ônibus, ele poderia ter alvejado o indivíduo”, comenta o delegado plantonista Rafael Lopes, que atendeu a ocorrência.
Na delegacia, o detido afirmou que tudo não passava de uma brincadeira. Ele e o irmão, de 17 anos, queriam filmar uma “pegadinha” para disponibilizar o vídeo no YouTube. “No início [do depoimento] ele continuou brincando. Mas depois viu que era algo sério. Foi um ato muito inconsequente”, destaca o delegado.
Os jovens – que não tiveram suas identidades reveladas – foram liberados ainda na tarde de ontem. O menor deixou a delegacia na presença dos pais. Já o maior, que estava de túnica, precisou pagar uma fiança de R$ 1.500. Ainda assim ele responderá a processo por apologia ao crime e corrupção de menor.