A Polícia Federal prendeu na manhã desta terça feira (8) Marcelo Cinta Larga, cacique da aldeia Roosevelt, e o cacique e líder indígena Nacoça Pio Cinta Larga. Os dois foram presos por ordem da justiça, acusados de contrabandear diamantes da Reserva Roosevelt, na região de Espigão do Oeste. Ouros indigenas com ordem de prisão decretada ainda não foram capturados.
Além dos índios, a PF cumpriu mandados de prisão, apreensão e condução coercitiva nas cidades de Porto Velho, Ariquemes, Ouro Preto do Oeste, Machadinho do Oeste e Cacoal. A ação da PF faz parte da Operação OPERAÇÃO CRÁTONS, que tem como objetivo combater a prática de crimes ambientais ligados à extração e comercialização ilegal de diamantes das terras dos índios cinta-larga, em Rondônia. A investigação é um desmembramento direto da Operação Lava Jato.
Cerca de 220 policiais federais dão cumprimento a 90 mandados judiciais, sendo 11 de prisão preventiva, 41 de busca e apreensão, 35 de conduções coercitivas, além de 3 intimações para comparecimento a oitivas. Os mandados estão sendo cumpridos no Distrito Federal (18) e nos estados de Rondônia, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia, Mato Grosso e Pará.
A Justiça Federal também determinou o sequestro de um imóvel, bem como do dinheiro encontrado nas contas dos principais investigados para o ressarcimento dos danos ambientais praticados.
A investigação apurou que uma organização criminosa, formada por empresários, advogados, comerciantes, garimpeiros e até indígenas, era responsável por financiar, gerir e promover a exploração de diamantes no chamado “Garimpo Lage”, localizado no interior da Reserva Indígena Parque do Aripuanã e de usufruto dos indígenas da etnia Cinta Larga.
A PF também identificou a participação de uma cooperativa e de uma associação indígena na extração ilegal dos diamantes.
Os investigados responderão, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de extração de recursos minerais sem autorização do órgão competente, dano a unidade de conservação, usurpação de bem da união, receptação, organização criminosa, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
O nome dado à operação faz referência às estruturas geológicas que dão origem à formação dos diamantes, chamadas de “crátons”.