Professor Nazareno*
O Brasil é um dos países mais corruptos do mundo. A ONG Transparência Internacional divulgou as estatísticas de sua última avaliação (2022) e o resultado mais uma vez foi muito desanimador para nós: das 180 nações pesquisadas, nosso país ficou na incômoda posição de número 96. Desde Cabral até os dias de hoje, o que se observa é uma roubalheira sem controle em nosso meio. Nossos “descobridores” eram especialistas em trocar com os nativos espelhos, miçangas e quinquilharias por ouro, diamante, prata e outros metais preciosos. Essa prática corrupta continuou até os dias atuais e certamente evoluiu com o passar do tempo. Governantes, todos eles, desde o Brasil Colônia passando pelo Império e pela República desenvolveram técnicas cada vez mais sofisticadas de dilapidar o patrimônio do país para enriquecimento próprio. Pior: quase sem ter punições.
Mas é um engano achar que são só o governo com os políticos que roubam a nação. O professor Leandro Karnal disse que “não existe um governo honesto com uma sociedade corrupta. Nem uma sociedade honesta com um governo corrupto”. Se o governo rouba e é corrupto, é porque o conjunto da sociedade também rouba. Óbvio que há muitas exceções a essa regra. A roubalheira sempre foi “normal” por aqui desde que nós nos entendemos por gente. O atual governo do PT, por exemplo, que já está no seu terceiro mandato, quase perde as últimas eleições porque o mote principal de seus adversários políticos sempre foi o roubo aos cofres públicos. O Mensalão, o Petrolão, a Operação Lava Jato, o Triplex do Guarujá, o sítio de Atibaia, a compra da refinaria de Pasadena nos EUA são marcas registradas de muitos políticos ligados ao PT e à esquerda.
Mas o eleitor do Brasil viu a necessidade de reeleger Lula para poder se livrar do fascismo que caminhava a passos largos em nossa sociedade. Ou seja, seguindo esse raciocínio absurdo, trocou-se um fascista por um corrupto. Bom seria que tivesse sido só o fascismo mesmo. Mas e as joias das Arábias? E a prática de “rachadinhas” nos gabinetes? E o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, pastor evangélico, que trocava verbas por favores no Bolsolão do MEC? Toda unanimidade pode até ser burra, mas 100 por cento dos governos brasileiros em todos os tempos, sempre estiveram envolvidos em roubo, corrupção, desvios de dinheiro público e desmandos. Dizer que na época da Ditadura Militar não houve corrupção é acreditar em duendes de jardim e em outras fantasias. Só que os militares censuravam qualquer notícia que mostrasse essa corrupção.
Quase todos nós somos corruptos, pois muitas vezes elegemos candidatos que roubam descaradamente o dinheiro público como o recente caso de um pai e filha, eleitos depois que foram flagrados contando dinheiro sujo em sacos de lixo. A mídia muitas vezes também colabora com a patifaria. Há casos escabrosos em que ela recebe dinheiro público para censurar quaisquer notícias “ruins” que envolvam esse ou aquele político de plantão. A corrupção é uma praga quase invencível em nosso país. Está no futebol, nas Igrejas, na mídia, nas escolas, nas artes, nos três poderes, nas repartições públicas e em todos os lugares que envolva dinheiro. Não é à toa que apesar de sermos uma potência econômica, temos um dos piores IDH’s do mundo. A corrupção é da esquerda, da direita e do centro. Ela envolve os pobres e principalmente os mais ricos. Porém, estranhamente beneficia estes em detrimento daqueles. Aqui, quem rouba mais é herói e sempre é eleito.
Ref: Rondoniadinâmica