Um laudo pericial confirmou que a adolescente Laryssa Victoria, de 17 anos, foi estuprada por Ronaldo dos Santos Lira, antes de ser morta e enterrada no quintal do próprio acusado em Ouro Preto do Oeste (RO). O resultado só ficou pronto mais de um ano depois do crime.
A família de Laryssa confirmou ao g1 que o material genético encontrado no corpo da vítima é do homem acusado pelo crime.
Segundo a Polícia Civil, o laudo chegou nesta semana. A demora na conclusão ocorreu por conta da complexidade do exame e também porque o material precisou ser enviado para análise em Brasília, já que o equipamento utilizado para fazer o serviço em Rondônia estava danificado.
Na denúncia feita pelo Ministério Público de Rondônia (MP-RO), Ronaldo dos Santos Lira já havia sido acusado por estupro, devido aos indícios encontrados no corpo da adolescente no exame de necropsia. O laudo recente pode entrar como uma prova cabal da acusação.
Além de estupro, o réu será julgado por feminicídio, fraude processual qualificada e ocultação de cadáver. O julgamento está marcado para acontecer no dia 25 de abril deste ano no Tribunal do Júri.
Ronaldo dos Santos Lira — Foto: Reprodução/Facebook
Um ano da morte de Laryssa
Há pouco mais de uma semana, a morte de Laryssa Victoria completou um ano. Ela saiu de casa com as amigas, em Ouro Preto do Oeste (RO), mas o que deveria ser uma noite de diversão acabou em tragédia e se tornou em um pesadelo para a família.
Ao g1, os pais da adolescente contaram que esperam por Justiça e tentam diluir a dor e a ausência da filha.
“Parece que a qualquer momento eu vou acordar com a voz dela dizendo: ‘bom dia, o senhor dormiu bem?’ Eu procuro sempre olhar o quarto dela que ainda está do mesmo jeito, não mudei nada. Tem dias que eu escuto batendo no quarto, corro e abro a porta, aí vêm a decepção”, comenta o pai, Carlos Aparecido Rossato.
Laryssa Victoria e o pai, Carlos Aparecido Rossato — Foto: Redes Sociais/Reprodução
O caso
O corpo de Laryssa Victória foi encontrado no dia 20 de março de 2022 em uma cova no quintal da casa de Ronaldo dos Santos Lira, que é assistente social e conhecido no meio político em Ouro Preto, segundo a polícia. Ele foi preso em flagrante.
A suspeita é que Ronaldo matou a vítima usando um objeto perfurocortante e depois a enterrou na cova. O delegado Niki Locatelli, responsável pelas investigações iniciais, afirmou ainda no ano passado ter encontrado possíveis vestígios de alterações na cena do crime.
Imagens de câmeras de monitoramento foram fundamentais para identificar o suspeito e traçar a rota percorrida por ele e Laryssa.
Segundo a Polícia Civil, Ronaldo confessou no interrogatório que matou Laryssa Victória pelo “desejo de matar” que tinha desde a infância. Ele teria usado a bolsa da própria vítima para tentar um estrangulamento, depois a esfaqueou no pescoço e “assistiu ela sangrar”.
O laudo tanatoscópico confirma que Laryssa morreu de “hemorragia externa por instrumento pérfuro-inciso”, ou seja, sangrou até a morte. Ele narrou no interrogatório que enquanto ela morria, ele ria de prazer.