Delegado da Polícia Federal de Ji-Paraná (RO), Everton Manso, e o Delegado de Crimes Ambientais da Polícia Federal, André Luiz, deram detalhes da Operação Warã em uma entrevista coletiva no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) nesta sexta-feira (21).
Polícia Federal de Ji-Paraná, RO (Foto: Marco Bernardi/G1)
De acordo com os delegados, cinco pessoas foram presas em flagrante por crime ambiental e levados ao Presídio Central de Ji-Paraná. A operação aconteceu simultaneamente em Ji-Paraná, Porto Velho, Ministro Andreazza (RO) e nas proximidades do município de Rondolândia (MT).
“As investigações tiveram início após a Polícia Federal apreender caminhões que teriam saído dessas reservas indígenas. Plantas das espécies castanheira e pequiá estavam escondidas no meio de outras madeiras, na carga destes caminhões”, conta o Delegado André.
As investigações apontaram a possível participação de índios de três etnias na exploração ilegal de madeira nas reservas indígenas Igarapé Lourdes e 7 de Setembro.
“Conseguimos descobrir que existe toda uma organização criminosa por trás dessa atuação, com madeireiros e indígenas envolvidos. Não todos [indígenas], mas parte deles tem conivência e participação nesses crimes ambientais”, afirma André.
Delegados Everton Mans e André Luiz falam sobre a Operação Warã (Foto: Marco Bernardi/G1)
Segundo as investigações do caso, os índios facilitavam a entrada dos madeireiros nas reservas indígenas para realizar a derrubada de árvores de mata nativa.
“A comunidade indígena tem que tomar também essa decisão pela preservação das florestas e árvores, até como forma de preservação da própria comunidade e cultura indígena”, afirma o delegado Everton Manso.
O Ibama ainda não concluiu o levantamento nos pátios das empresas investigadas para determinar o volume, espécies e valor da madeira apreendida durante a operação.
Operação Warã
Cinco pessoas foram presas na última quinta-feira (21) durante a execução da Operação Warã, que cumpriu onze mandados de busca e apreensão em residências, madeireiras, serrarias clandestinas ou irregulares de três municípios do estado e na divisa com o Mato Grosso.
Operação Warã foi realizada em Ji-Paraná, Porto Velho e Ministro Andreazza (Foto: Polícia Federal/Divulgação)
‘Warã’ significa a praça central das aldeias indígenas, onde são tomadas as decisões das tribos. A operação foi batizada pelo Ibama.
“O combate à extração ilegal de madeira é a missão do Ibama e também uma decisão estratégica da Polícia Federal na Região Norte do País”, comenta Manso.