A Justiça do Amazonas decretou a prisão preventiva do casal suspeito de estupro de uma bebê de 7 meses dentro de um motel na Zona Leste de Manaus, durante audiência de custódia. A decisão foi confirmada ao G1 nesta segunda-feira (4).
Uma mulher de 24 anos e um médico peruano de 45 anos, que atua em hospitais de municípios do Estado, foram presos, em flagrante, na quinta-feira (31), por suspeita do crime. Segundo a polícia, uma funcionária do motel acionou a polícia após ouvir a criança chorando dentro de um dos quartos.
A prisão preventiva teve o parecer favorável do promotor de justiça Davi Santana da Câmara. A partir da audiência de custódia, o processo passa a tramitar, sob segredo de Justiça, na Vara Especializada em Crimes Contra a Dignidade Sexual de Crianças e Adolescentes.
De acordo com a delegada Juliana Tuma, titular da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), nesta sexta-feira (1º) , em depoimento à polícia, os funcionários do motel informaram que o infrator chegou ao local conduzindo um carro e solicitou uma suíte. Eles argumentaram que não viram a jovem e a criança no interior do veículo, pois elas possivelmente estariam no banco de trás do automóvel. Segundo a autoridade policial, uma funcionária do lugar ouviu um choro perturbador de um bebê, vindo de um dos quartos. Diante disso, acionou os policiais militares, por meio do número 190.
“No local indicado os policiais militares encontraram o médico, a jovem e a filha dela. Na ocasião, constataram que a bebê estava nua. Os policiais então pediram para uma camareira verificar a genitália da bebê, quando foi constatada certa vermelhidão na região, com indícios de estupro. Em seguida o médico e a mãe da vítima, que se relacionavam há cerca de dez anos, foram levados até a Depca e a bebê encaminhada ao Instituto Médico Legal (IML), para exame de corpo de delito”, explicou Juliana Tuma.
Os suspeitos dizem ser os pais da criança, mas a polícia informou que ainda investiga a informação, já que não há registro de nascimento da criança.
A delegada disse que um laudo do Instituto Médico Legal (IML) confirmou o estupro e contatou, ainda, que a bebê de sete meses já sofria abuso há muito mais tempo. O último ocorreu na quinta-feira (31).
Na unidade policial, durante depoimento e, diante da confirmação do estupro pelo IML, a mulher afirmou que o médico seria pai da bebê, mas que nunca havia mostrado amor paternal pela filha. A jovem disse, ainda, que presenciou diversas vezes atitudes suspeitas do infrator com a vítima.
A criança foi encaminhada para um abrigo, e o casal foi indiciado por estupro de vulnerável. A mulher vai responder por conduta omissiva e o homem pelo fato consumado, segundo a delegada Juliana Tuma.