Em depoimento à Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, a vítima do homem que ejaculou em sua perna dentro de um ônibus do sistema de trânsporte BRT afirmou que tentou se desvencilhar diversas vezes de Vitor Ribeiro Barbosa, mas não conseguiu. Segundo a mulher, ela “tentou sair da frente de Vitor, indo para os lados, por algumas vezes, mas ele insistia em se mover para ficar nas costas da declarante”, diz o documento policial elaborado a partir do depoimento.
A vítima contou, ainda, que notou que ele estava se masturbando, mas não chegou a se virar para ver. Tanto ela quanto Vitor estavam em pé no coletivo, que estava cheio de passageiros. Logo em seguida, ela “sentiu algo quente escorrendo em sua perna”. No depoimento, a mulher também contou que uma passageira afirmou que Vitor havia colocado o pênis para fora da calça e que teria se masturbado nas costas dela. Ela ainda relatou que ele tentou culpar um idoso que estava ao lado da vítima.
Vitor, no entanto, negou às acusações. Em seu depoimento, ele disse que estava a caminho da casa da sogra e que não reparou quando a mulher entrou no BRT. Segundo o suspeito, ele ficou próximo à porta do coletivo, atrás da vítima e que “com a movimentação do coletivo, acabou esfregando sua genitália no corpo” da mulher. Ele ainda afirmou que não sabia em que parte do corpo dela teria se esfregado, “pois não dava para olhar, visto que o coletivo estava muito cheio”.
O rapaz afirmou que “acabou, involuntariamente, tendo uma ereção e, consequentemente, uma ejaculação e esta acabou sujando” a mulher. Durante o depoimento, Vitor negou ter se masturbado e disse “que não chegou a sentir atração” pela vítima durante a ereção. Segundo ele, “como o coletivo estava cheio, não conseguiu sequer olhar para a menina”.
Vitor alegou ainda que foi impedido de sair de trás da vítima por causa do idoso que estava ao lado da mulher e que “não houve planejamento do ato, foi apenas uma coincidência ficar atrás” da vítima.
O caso ocorreu por volta das 8h30 da manhã desta quinta-feira, na estação Mato Alto do BRT, em Guaratiba, na Zona Oeste do Rio. Na delegacia, ele prestou esclarecimentos, assinou um termo circunstancial e foi liberado. Vitor responderá pelo crime de importunação ofensiva ao pudor.
Em nota, a Polícia Civil informou que o acusado foi liberado “por força da legislação”. “Após depoimento, por força da legislação, Vitor foi liberado, tendo em vista que se trata de contravenção penal. O caso foi remetido ao Juizado Especial Criminal (JECRIM), que tem a competência para análise dessas infrações de menor potencial ofensivo, com base no artigo 61 da Lei de Contravenções Penais, que pune quem importuna alguém, em lugar público ou acessível ao público, de modo ofensivo ao pudor com sanção prevista na referida lei, a ser declinada pelo juízo competente”.