Com os fortes e atípicos temporais que vem assustando os rondonienses, principalmente na capital, Ariquemes, Guajará Mirim e Vilhena, o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) afirma que os eventos que se anteciparam à segunda quinzena de agosto fugiram da normalidade para o mês, quando se esperava pouquíssimas chuvas.
“Na verdade, o mês de agosto, geralmente, é sempre muito seco, de muito calor, e vários fatores são responsáveis por isso, como o desmatamento e as queimadas. O que percebemos foi um aumento da umidade, responsável pelos temporais tão antecipados como esses, mas não conseguimos explicar ainda o que causou esse aumento”, revela Luiz Alves, meteorologista.
Alves explica que para saber o que pode ter influenciado na mudança, apenas um estudo mais aprofundado deve dar o resultado, mas adianta que a população deve estar preparada para os meses de setembro e outubro, quando é comum o acontecimento de fortes chuvas, com fortes ventos.
“Essa semana registramos em Vilhena e Ariquemes ventos que chegaram a 80 quilômetros por hora. Já em Porto Velho, nossos radares não estão na área de atuação onde o evento foi mais intenso, como no Bairro Nacional, mas registramos ventos a 40 quilômetros por hora. É normal que nos próximos dois meses aconteçam eventos mais intensos, e até mesmo de chuva de granizo, como houve em Vilhena, embora seja mais raro. As pessoas devem reforçar as coberturas de suas casas e procurar abrigo seguro, porque esse período de transição do verão para o inverno são os que mais registram esses eventos”, disse o meteorologista.
A partir de novembro, quando se inicia o inverno, todo o estado pode esperar muita chuva, mas de forma mais tranquila. “É aí que começam aquelas chuvas longas, dias inteiros chuvosos, e, mesmo com possibilidade de temporal, os eventos já não são mais tão constantes”, finalizou Luiz Alves.