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Jaru, 17 de novembro de 2024

Exames para diagnóstico da Doença de Chagas são realizados no Lacen, em Rondônia

O Laboratório Central de Saúde Pública – Lacen é referência no Estado para o prognóstico de várias doenças, sendo uma delas, a Doença de Chagas. Em Rondônia, há a incidência de insetos infectados com protozoário da doença, que é causada por um parasita e transmitida principalmente, pelo inseto “barbeiro”, tendo como agente causador um protozoário denominado Trypanosoma cruzi. No homem e nos animais, vive no sangue periférico e nas fibras musculares, especialmente as cardíacas e digestivas.

A bióloga do Lacen, Alda Lobato explica que os insetos são invasores, “que buscam locais muito próximos à fonte de alimento e podem ser encontrados na mata, escondidos em ninhos de pássaros, toca de animais, casca de tronco de árvore, montes de lenha e embaixo de pedras. Nas casas, ficam escondidos em frestas, buracos das paredes, embaixo das camas, colchões e baús, além de serem encontrados em galinheiros, chiqueiros, paiol, currais e depósitos”.

Transmissão

Com relação à transmissão da doença, Alda Lobato explica que se dá pelas fezes que o “barbeiro” deposita sobre a pele da pessoa, enquanto suga o sangue. “Geralmente, a picada provoca coceira e o ato de coçar facilita a penetração do tripanossomo pelo local da picada. O Trypanosoma cruzi, contido nas fezes do “barbeiro”, pode penetrar no organismo humano, também pela mucosa dos olhos, nariz e boca ou através de feridas ou cortes recentes existentes na pele”.

A bióloga do Lacen salienta que existem outros mecanismos de transmissão, “por meio de transfusão de sangue, caso o doador seja portador da doença; transmissão congênita da mãe chagásica, para o filho via placenta; ingestão de carne contaminada e acidentalmente em laboratórios”.

Sintomas

Os principais sintomas da Doença de Chagas são: febre, mal-estar, falta de apetite, inchaços na pálpebra ou em outras partes do corpo, aumento do baço e do fígado, alterações no coração ou inflamação das meninges em casos graves. Na fase aguda, os sintomas duram de três a oito semanas e na crônica, os sintomas estão relacionados a distúrbios no coração, no esôfago ou intestino. Cerca de 70% dos portadores permanece de duas a três décadas na chamada forma assintomática ou indeterminada da doença.

Tratamento

As pessoas que tiverem sintomas ou desconfiarem que foram picadas pelo “barbeiro”, devem buscar atendimento em uma unidade básica de saúde. O exame de sangue é utilizado para diagnosticar a doença e é realizado pelo Sistema Único de Saúde – SUS, assim como a medicação é disponibilizada pela rede pública. Em casos agudos da doença, os pacientes são encaminhados ao Centro de Medicina Tropical de Rondônia – Cemetron.

Prevenção

A prevenção contra a Doença de Chagas se baseia, principalmente, em medidas de controle ao “barbeiro”, impedindo a sua proliferação nas moradias e em seus arredores. As atividades de educação em saúde devem estar inseridas em todas as ações de controle, bem como, as medidas a serem tomadas pela população local, tais como:

– melhorar a habitação, através de reboco e tamponamento de rachaduras e frestas, usar telas em portas e janelas;

– impedir a permanência de animais como cão, gato, macaco e outros no interior da casa;

– evitar montes de lenhas, telhas ou outros entulhos no interior e arredores da casa;

– construir galinheiro, paiol, tulha, chiqueiro, depósitos, afastados das casas e mantê-los limpos;

– retirar ninhos de pássaros dos beirais das casas, fazer limpeza periódica nas casas e em seus arredores;

– difundir junto aos amigos, parentes, vizinhos, os conhecimentos básicos sobre a doença, transmissor e sobre as medidas preventivas;

“Caso alguém ache algum inseto suspeito de ser ‘barbeiros’, devem entregar no setor de endemias do município, que vai encaminhar para o Lacen, para verificar a espécie e se está contaminado, fazendo análise conforme orientações do Ministério da Saúde e da Coordenação Estadual do Programa de Vigilância e Controle de Doenças de Chagas da Agência Estadual de Vigilância em Saúde – Agevisa”, finaliza Alda Lobato.


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