Atrair pessoas em situação de rua, fazer fotos 3×4, confeccionar documentos com dados falsos, abrir conta bancária e dar golpes financeiros em agências bancárias. Esse era o caminho feito pela organização criminosa que teve dois de seus integrantes presos durante uma operação feita pela Delegacia Especializada em Repressão às Fraudes (DEFRAUDE) na segunda-feira (19), em Porto Velho.
O responsável pela operação Swami Otto, explica como os membros da organização usavam da fragilidade dos dependentes químicos em situação de rua para obter vantagem na ação criminosa.
“Muitas desses moradores de rua são usuários de drogas, essa organização dava um troco para eles, que é uma forma deles manterem o vício e “obedecerem” ao acordo. Daí tiravam fotos deles, produziam documentos falsos e com esses documentos falsos, eles abriam contas bancárias e essas contas eram utilizadas para todo tipo de fraude financeira possível”, explica.
O delegado pontua que, como a organização pagava para que essas pessoas fizessem todo o processo até a abertura da conta bancária, o problema sai da esfera criminal.
“Esse pouco dinheiro que eles [dependentes químicos] recebiam, servia apenas para alimentar os vícios deles. É uma situação que é alarmante e chocante até porque a gente sabe que a droga é um problema de saúde pública que é muito mais do que a questão criminal. Eles estão se valendo do vício dessas pessoas para praticarem outras fraudes e crimes, além de todo o prejuízo no sistema financeiro”, conta.
Vítimas do crime
Como o principal objetivo da organização criminosa estava em causar prejuízos às agências bancárias, Swami Otto pontua que as investigações mostraram que elas são as primeiras vítimas da ação dos bandidos.
“Aqueles que tiveram seus dados usados falsamente também são vítimas. A gente não pode esquecer que eles [criminosos] estão se valendo da fragilidade do usuário de drogas, que moram na rua para poder usar eles em favor próprio”, explica.
Operação ‘Ástegos’
A operação ‘Ástegos’, que foi deflagra na segunda-feira (19), resultou na prisão de duas pessoas, além do cumprimento de quatro mandados de busca e apreensão.
“Um deles [suspeito preso] está sendo flagranteado por posse ilegal de arma de fogo. Foi encontrado muito documentação falsa, comprovante de residência que era utilizada para confecção dos documentos e abertura das contas bancárias”, conta o delegado.
O início das investigações sobre essa organização começou há mais de um mês, após uma prisão em flagrante feita pela DEFRAUDE. Mesmo com o resultado da prisão desses dois suspeitos, o delegado afirma que as apurações sobre essa organização criminosa continuam.
“Vamos buscar identificar os demais envolvidos nessa investigação. Por hora, a gente tem a informação que seja de cinco a sete pessoas que fazem parte desse grupo”, pontua.
Os investigados responderão pelos crimes de:
- organização criminosa;
- falsificação de documento público e;
- estelionato.