Jaru Online
Jaru, 22 de novembro de 2024

Nº de feminicídios cresce mais de 40% nos dez meses de 2022, em RO

Um total de 20 ocorrências foram registradas como crime de feminicídio entre janeiro e outubro de 2022. Esse quantitativo, se comparado com o mesmo período do ano passado, representa um aumento de 42,8%. O levantamento foi feito com dados do Observatório da Secretaria de Segurança Pública do Estado de Rondônia (Sesdec).

No primeiro semestre deste ano, haviam sido registradas 13 ocorrências de feminicídio no estado. No ano passado, foram seis ocorrências. Em comparação com o período dos seis primeiros meses de 2022 e 2021, o levantamento mostra um aumento de 116.67%.

O levamento referente aos 10 meses deste ano, mostra que Porto Velho lidera o ranking em que mulheres são mortas por conta do gênero. Em seguida, aparece Ariquemes (RO) e na terceira posição, Pimenta Bueno (RO).

Abaixo, confira a tabela com as cidades que apresentaram registros de ocorrência com a natureza do crime como feminicídio no período de janeiro a outubro.

Feminicídio: registro de ocorrência nas delegacias de Rondônia

Cidades 2021 2022 variação (%)
Porto Velho 2 6 200%
Ariquemes 1 3 100%
Pimenta Bueno 1 2 100%
Ji-Paraná 1 1 0%
Ouro Preto do Oeste 2 1 -50%
Castanheiras 1
Colorado do Oeste 1
Cujubim 1
Rolim de Moura 1
São Francisco do Guaporé 1

Conforme o levantamento, as vítimas em 2022 têm idades variando entre 23 e 69 anos. Já ao que se refere o grau de escolaridade, a maioria delas têm o status como: “não informado”.

Violência no lar

O feminicídio pode ser o resultado de um relacionamento abusivo em que a vítima está inserida. Antes do ato de tirar a vida da mulher, ela poder ter vivido o chamado ciclo de violência, composto por três fases: tensão, agressão e lua de mel.

Esse ciclo tende a se repetir diversas vezes dentro da relação, explica a psicóloga Thaís Tudela, que faz o atendimento das vítimas de violência doméstica no Creas em Porto Velho.

“Em alguns relacionamentos, a mulher, sem entender do ciclo, vive cada fase com a intenção de espera da etapa da ‘lua de mel’, mas ela não compreende que isso é um ciclo com mais perdas do que ganhos. Muitas delas percebem o ciclo da violência só depois de saírem do relacionamento”, aponta Thaís.

Veja ciclo da violência contra mulher — Foto: Infográfico: Fernanda Garrafiel/ G1

Veja ciclo da violência contra mulher — Foto: Infográfico: Fernanda Garrafiel/ G1

Denuncie

Os crimes de ameaça, difamação, calúnia, injúria e lesão corporal também fazem parte do rol violência doméstica e devem ser denunciados. A vítima pode realizar a denúncias em qualquer unidade policial, pela Delegacia Virtual e pelo telefone 197, que funcionam 24 horas.

A Deam, em Porto Velho, fica localizada na avenida Amazonas, 8145, no bairro Escola de Polícia e disponibiliza o telefone (69) 8479-8760. Na delegacia, o atendimento é feito das 8h e 18h.

O requerimento de medida protetiva é previsto na Lei 11.340/2006 (Maria da Penha). A vítima pode requerer ao Juizado de Violência Doméstica a aplicação de diversas medidas restritivas aos agressores, dentre as quais o afastamento do lar e a proibição de aproximação e ou contato por qualquer meio com a vítima e familiares.

É oportunizado à vítima, o encaminhamento à Casa Abrigo, local seguro e sigiloso aonde ela pode aguardar abrigada o deferimento da medida, inclusive acompanhadas de seus filhos.

G1


COMPARTILHAR