Uma dessas contas bancárias abertas para desvio de dinheiro estava em nome de uma empresa de Porto Velho. Polícia cumpre 11 mandados de busca contra investigados.
Parte do dinheiro apreendido com os investigados — Foto: PF/Reprodução
Um grupo criminoso que desenvolveu uma fraude bancária considerada ‘sofisticada’ está sendo alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (23) em Rondônia, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul.
Segundo a polícia, a quadrilha composta por cerca de 30 membros, entre pessoas físicas e jurídicas, foi capaz de invadir a conta bancária de duas empresas e desviar R$ 18 milhões.
Ao todo, a operação Metaverso cumpre 11 mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados nos quatro estados.
Como o grupo invadiu as contas?
De acordo com a PF, os criminosos descobriram uma vulnerabilidade técnica ou sistêmica no site do banco onde as empresas possuem contas.
A partir dessa falha no sistema bancário, os hackers acessaram as contas e passaram a fazer transferências clandestinas para dezenas de outras contas, inclusive de empresários ‘fantasmas’. Foram desviados R$ 16,7 milhões de uma empresa e R$ 1,8 milhão de uma segunda vítima.
Quando o valor milionário era oficialmente transferido, as contas destinatárias eram imediatamente encerradas pelos suspeitos.
A PF não tem dúvida que as contas jurídicas foram abertas exclusivamente para a realização do desvio, pois imediatamente estas tinham as atividades encerradas. Uma dessas contas bancárias abertas para desvio de dinheiro estava em nome de uma empresa de Porto Velho.
Dinheiro virou criptomoeda
No decorrer da investigação da operação Metaverso, o Núcleo de Repressão a Fraudes Bancárias da Divisão de Repressão a Crimes Cibernéticos descobriu que boa parte do dinheiro desviado das empresas virou criptomoeda.
As criptomoedas, como o Bitcoin, são um tipo de dinheiro que circula exclusivamente de forma digital. Todas as transações ficam em uma espécie de livro digital, chamado blockchain, que não pode ser fraudado.
Esse procedimento adotado pelos criminosos visava dificultar que a polícia rastreasse o dinheiro furtado das contas das vítimas. Muitas das criptomeadas foram compradas através de corretoras de outros países.