O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta terça-feira (1º) a abertura de mais dois inquéritos na Operação Lava Jato para investigar os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) – presidente do Senado – Delcídio do Amaral (PT-MS), e Jader Barbalho (PMDB-PA).
Os pedidos foram feitos nesta segunda pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Em um deles serão investigados Delcídio (preso na semana passada), Renan e Jader. No outro inquérito, a investigação se dará sobre Renan, Jader e o deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE).
Os dois inquéritos buscarão provas sobre suspeitas da prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro supostamente relacionados aos parlamentares. Zavascki já determinou o início das diligências pela Polícia Federal. As investigações vão ocorrer sob segredo de Justiça.
Os pedidos estão em segredo de Justiça e se baseiam em petições ocultas – procedimentos adotados no Supremo para manter em sigilo as delações premiadas. Com a decisão de Teori, Renan virou alvo de cinco inquéritos da Lava Jato. Delcídio do Amaral será investigado em duas apurações. Jader Barbalho entra pela primeira vez na lista de investigados da Operação Lava Jato.
Com a abertura dos dois inquéritos, o total de investigados na Operação Lava Jato vai a 68 – 23 deputados, 14 senadores, 1 ministro de Estado e 1 ministro do Tribunal de Contas da União. Atualmente, são 33 inquéritos abertos no Supremo e dois pedidos de abertura de inquérito pendentes, contra o senador Fernando Collor de Mello, que chegaram há duas semanas.
Ainda nesta terça (1º), Janot pediu mais um inquérito sobre Delcídio, a ser analisado também pelo ministro Teori Zavascki. O teor do pedido, no entanto, ainda não foi divulgado.
Senadores negam suspeitas
Nesta segunda, quando foi pedido o novo inquérito, Renan Calheiros reiterou, por meio de sua assessoria, que suas relações com as empresas públicas “nunca ultrapassaram os limites institucionais” e que “nunca autorizou, credenciou ou consentiu” que seu nome fosse utilizado por terceiros.
A assessoria do presidente do Senado informou, ainda, que ele já prestou os esclarecimentos necessários, mas que está à disposição para novos informações, se for o caso.
A assessoria de imprensa de Delcídio do Amaral informou ao G1 que o advogado do senador precisará se inteirar do caso para divulgar um posicionamento.
Procurado pelo G1, o senador Jader Barbalho informou desconhecer a situação. “Estou tomando conhecimento por você. Não tenho nenhuma manifestação a fazer por desconhecer qualquer razão [para abertura de investigação]”.
O G1 tentou contato com a assessoria de Aníbal Gomes e com o advogado dele, mas não houve resposta.